domingo, 23 de abril de 2006 às 19:01

O Código Da Vinci: o livro mais enigmático que já tive em minhas mãos

O Código Da VinciO Código Da Vinci é de arrepiar! Sem dúvida, o livro mais enigmático que já tive em minhas mãos. Um labirinto de profundas descobertas na busca milenar pela... verdade. Mais do que isso, o livro O Código Da Vinci é uma celebração ao Sagrado Feminino. Nenhuma mulher deveria deixar de conhecer o conteúdo do livro. Por carregar comigo um preconceito a cerca de best-sellers internacionais, só resolvi ler O Código Da Vinci agora, poucos dias antes da estréia mundial do filme homônimo. É melhor garantir, afinal, todos sabemos que o que Hollywood costuma aprontar. Nas próximas linhas vou fazer uma série de comentários sobre os segredos do livro, então, se ainda pretende lê o livro antes do filme, faça um favor a você mesmo e não continue nesse texto.

O livro começa com um assassinato dentro do museu do Louvre em Paris. O curador Jacques Saunière acabava de levar um tiro a queima roupa direto no estômago. O assassino de Saunière, um monge albino chamado Silas, queria uma informação sobre a localização de um tesouro inestimável, o Santo Graal. O assassino trabalhava a mando de uma facção radical dentro da igreja católica chamada Opus Dei. O que o assassino não podia esperar é que antes de morrer Saunière desenhasse, com seu próprio sangue, uma série de símbolos e enigmas indicando a verdadeira localização do Santo Graal.

Dan Brown afirma que ao contrário do que os leigos pensam, o Santo Graal não é o cálice que Jesus Cristo usou na última ceia. O Santo Graal seria a descendência humana de Jesus Cristo, representado por uma mulher. Leonardo Da Vinci não só sabia disso, como era líder de uma sociedade secreta chamada Priorado de Sião, fundada em 1099, que jurara proteger um segredo acerca do Santo Graal. No entender de Dan Brown, toda a Igreja Católica foi construída destruindo o Sagrado Feminino, destruindo a imagem da mulher.

Cerca de 300 anos depois da morte de Cristo, o imperador romano Constantino, O Grande, percebeu que precisava unificar Roma sob uma única religião, o cristianismo. Apesar de ser pagão, Constantino viu que os seguidores de Cristo se multiplicavam em larga escala. A Igreja Católica percebeu que precisava de um símbolo maior, um ícone da nova igreja. Durante um concílio católico, decidiu-se através de uma votação [bem apertada por sinal], que Jesus Cristo, o profeta, seria elevado à categoria de divindade.

Essa decisão gerava uma série de problemas, afinal, nos 300 anos anteriores muito já se tinha escrito sobre a humanidade de Jesus. O primeiro passo foi criar o Novo Testamento. Nenhum texto que tratasse Jesus como humano seria inserido no Novo Testamento. Dos mais de 80 evangelhos estudados, poucos foram escolhidos - Mateus, Marcos, Lucas e João.

Observe a Última Ceia, pintura de Da Vinci. Quem está sentado no lado esquerdo da figura de Jesus? Olhe os longos cabelos castanhos, os traços finos e o busto volumoso. Sim, Da Vinci pintou uma mulher ao lado de Cristo.

O maior símbolo da humanidade de Jesus é seu casamento com Maria Madalena. A prostituta? Maria Madalena não era prostituta, pelo contrário, ela era de uma família de nobres. Esse é mais um golpe da igreja, afirma Dan Brown. Durante a celebração da última ceia, Cristo teria avisado aos apóstolos que Sua igreja deveria ser construída por Maria Madalena. Cristo queria que Sua mulher fosse a líder e não Pedro, isso gerou sérios conflitos políticos, Pedro venceu.

Da Vinci pintou uma série de códigos na Santa Ceia. Observe que Jesus e Madalena foram o Yin e Yang. Em chinês este conhecido símbolo representa duas forças complementares, o equilíbrio dinâmico entre elas surge todo movimento e mutação. Yin representa o feminino e o Yang o masculino. Jesus e Madalena estão vestidos como se existisse um espelho entre eles. Jesus usava uma túnica vermelha e um manto azul, Maria Madalena um vestido azul e um manto vermelho.

Note que a união dos corpos forma um símbolo em formato de um V. Esse é o símbolo que representa o feminino, o útero, a mulher, o Graal. Jesus era judeu, o decoro social daquela época praticamente proibia que um judeu fosse solteiro. "De acordo com os costumes judaicos, o celibato era proibido e a obrigação de um pai judeu era encontrar uma esposa adequada para seu filho. Se Jesus não fosse casado, pelo menos um dos evangelhos da Bíblia teria mencionado isso e dado alguma explicação para o fato de ele ter ficado solteiro". Existe um documentário do Discovery Channel muito bom sobre isso, há alguns dias passou uns trechos no Fantástico da Rede Globo.

A obra Mona Lisa de Da Vinci é outra celebração à Maria Madalena, ao Santo Graal. Um exemplo, o lado esquerdo da Mona Lisa sugere uma figura mais alta que o lado direito. Na simbologia, o lado esquerdo é considerado feminino e o lado direito masculino. Esse símbolo também foi deturpado pela igreja antiga, avisa Dan Brown. Hoje todos sabemos que o lado esquerdo é associado ao radicalismo, ao errado, e o lado direito ao correto, ao justo.

            

O livro O Código Da Vinci é um balde de água fria na história da humanidade. É importante observar que esse não é o primeiro livro a tratar desse assunto. Na verdade existem vários, dentre os quais "Maria Madalena e o Santo Graal: a Mulher do Vaso de Alabastro" de Margaret Starbird e, principalmente, "O Sangue de Cristo e o Santo Graal", publicado em 1982 por Henry Lincoln, Michael Baigent e Richard Leigh. Existe também uma dezena de livros sobre as verdades e mentiras dessa obra de Dan Brown, dentre eles "Decifrando o Código Da Vinci: os Fatos por Trás da Ficção" de Simon Cox.

Mesmo sendo católico, dê uma presente à sua própria inteligência e leia O Código Da Vinci. O maior cego é aquele que não quer vê. Você aprenderá que o Santo Graal está em todos os lugares. Sabe os desenhos da Disney que você adora? Eles são uma homenagem ao Sagrado Feminino. O criador Walt Disney é apelidado de "o Da Vinci moderno". A Bela Adormecida, A Branca de Neve, A Cinderela, são todas histórias que mostram a mulher como princesas, sendo perseguidas por bruxas [igreja?]. No quarto da Pequena Sereia é possível vê várias homenagens a Maria Madalena.

A morte do Sagrado Feminino começou com a alegoria mais famosa de todas. Adão e Eva. Com uma maçã, Eva levou Adão ao pecado. A partir daí tudo que tenha a mulher como símbolo máximo foi abafado, destruído e massacrado. Cristo queria uma igreja construída pelas mulheres, mas o símbolo da mulher que a igreja nos oferece é Eva, a traidora. Acorde para a verdade escrita no código Da Vinci. Nota 5/5

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