Missão Impossível 3: um engenhoso duelo entre a razão e a emoção

Missão Impossível 3 (Mission: Impossible 3, 2006) é precedido por "Missão Impossível" (1996), dirigido por Brian De Palma, e "Missão Impossível 2" (2000), de John Woo. Para mim o primeiro filme foi excelente. Tecnologia, ação e suspense na medida certa. Já no segundo filme John Woo foi muito prejudicado pelo péssimo roteiro. A história é ridícula, sem conteúdo. Uma grande cena no início, uma perseguição excelente no fim e um engodo no meio. Decepção.

Já nesse terceiro filme da franquia de Tom Cruise, quem dirige é J.J. Abrams. Simplesmente o cara que criou o seriado "Lost" (leia meu post). Para quem já teve a oportunidade de assistir 1 segundo sequer de "Lost", sabe que esse cara é um gênio. Em "Lost" eu já senti o cheiro de Thomas More (A Utopia), Burrhus Frederic Skinner (Ciência e Comportamento Humano), George Orwell (Mil Novecentos e Oitenta e Quatro), só para citar alguns. Sem comentários, o cara é demais.

Voltando a Missão Impossível 3... No elenco os produtores chamaram Laurence Fishburne (Matrix), para interpretar o chefão da "agência de assuntos impossíveis", e o vencedor do Oscar 2006 Philip Seymour Hoffman (Capote), para fazer o vilão da história. Pena que o papel de ambos é uma lástima.

No enredo o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) leva uma vida tranqüila com Julia (Michelle Monaghan). No meio de sua festa de noivado Ethan é chamado para resgatar a agente Lindsey (Keri Russell) das mãos inescrupulosas de Owen Davian (Philip Seymour Hoffman), um negociante de armas. No filme está presente todos os truques que deram certo nos dois primeiros filmes, destaque para o uso de máscaras em que um personagem se fantasia de outro. Meio difícil de engolir, mas bem legal.

J.J. Abrams transformou Missão Impossível 3 num grande duelo entre a razão e a emoção. Por isso mesmo gostei muito do que vi. Muita correria sim, mas com um roteiro engenhoso como pano de fundo. Essa mistura conseguiu manter o gás o tempo todo.

Como sempre acontece com Missão Impossível, o melhor fica para o final. Depois de uma rápida passagem pelo Vaticano, os personagens vão parar em Xangai, na China. Linda cidade. As imagens das pessoas na rua, as luzes neon e o cenário exótico, lembra um pouco "Blade Runner - O Caçador de Andróides". Enfim... Missão Impossível 3 não é lá uma Brastemp, mas para um longa de ação até que não faz vergonha pra ninguém.