domingo, 24 de dezembro de 2006 às 03:52

Os Infiltrados: parte a parte tudo é perfeito no filme de Martin Scorsese

A imprensa especializada já decretou Os Infiltrados (The Departed, 2006) o melhor filme do ano. O longa é dirigido por Martin Scorsese e roteirizado por William Monahan, a partir do texto de Siu Fai Mak e Felix Chong. Na verdade Os Infiltrados é um remake do filme "Conflitos Internos" (Mou Gaan Dou, 2002), sucesso em Hong Kong.

Os Infiltrados foi indicado para o Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor (Martin Scorsese), Melhor Ator (Leonardo DiCaprio), Melhor Ator Coadjuvante (Jack Nicholson e Mark Wahlberg). E se não bastasse, o longa é vencedor do National Board of Review como Melhor Diretor (Martin Scorsese), está no topo lista de melhores da revista Rolling Stone e faz presença em praticamente todos os outros prêmios. O filme também é sucesso no Brasil, tendo sido escolhido o melhor do ano pela Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro. Provavelmente vai liderar a lista do Oscar 2007.

      

Pessoalmente achei o roteiro um dos mais inteligentes dos últimos anos. Eu ia dizer original, mas fiquei na dúvida sobre quem deveria receber os méritos, já que não assisti "Conflitos Internos". Outra coisa que chama atenção é a montagem, deixa o espectador intrigado e curioso. Isso é bom. Adorei o final. Pá! Pá! Pá! "Esses americanos são mesmo uns ratos". Gosto de finais assim, sem espaços para continuações [aparentemente].

A história se passa em Boston, Estados Unidos. O tema é a luta entre a polícia e o crime organizado da máfia irlandesa comandada pelo amoral Frank Costello (Jack Nicholson). Sou fã desse cara. Logo no começo do filme seu personagem mostra como funciona a cabeça de um líder transformacional: "Eu não quero ser um produto do meu meio. Eu quero que o meio seja um produto meu". Arrogante, mas divertido.

            

Quando os cadetes Billy Costigan (Leonardo DiCaprio) e Colin Sullivan (Matt Damon) se formam policiais, ambos recebem uma missão. No caso de Costigan é se infiltrar na gangue de Costello. E no caso de Sullivan é liderar o grupo que investiga Costello. Acontece que Sullivan é um integrante da gangue de Costello, infiltrado na polícia. Rato comendo rato. Por tudo isso Os Infiltrados fede do começo ao fim, um ambiente contaminado pela corrupção, violência e traição.

E não dá para respirar sangue sem ficar com medo. No caso de Costigan e Sullivan, eles vão além. O clima é de pânico, principalmente o caso do DiCaprio. O cara passou o filme todo com uma faca no pescoço, um passo errado e era degola na certa.

      

Muita gente anda dizendo que Os Infiltrados é uma obra-prima do gênero policial. Para mim é difícil reconhecer um rótulo dessa categoria. Mas quem sabe daqui uns anos eu mude meu ponto de vista. Hoje, não acho Os Infiltrados um clássico. Para mim é um bom filme, nada mais.

Porém... analisando o filme parte a parte, eu diria que tudo é perfeito. Até a trilha sonora é contagiante. Rolling Stones, Pink Floyd, Beatles, Beach Boys, tudo do jeito que o diabo gosta! Palavrões cuspidos para todos os lados, dentes voando na tela, armas, fumaça, sexo, drogas, uma verdadeira Sin City. O problema é que ao juntar tudo isso, o resultado não contagia, ou melhor, não tem magia. Juro que gostaria de terminar dizendo que o filme maravilhoso, mas não é o caso. Nota 4/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

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