quarta-feira, 20 de junho de 2007 às 00:48

O Albergue: uma comédia sanguinária

Para um filme que tem a assinatura do Quentin Tarantino, O Albergue (Hostel, 2005) é uma tremenda decepção. Tudo bem que o mestre só foi o produtor executivo, o responsável mesmo é Eli Roth (diretor, roteirista e produtor), ainda assim achei o filme ruim.

Nesse gênero terror-violência-gratuita, o grande filme é "Jogos Mortais". E o que difere os dois filmes é a inteligência com que a história se desenrola. "Jogos Mortais" é transgressor, te envolve num labirinto cheio de possibilidades. Já O Albergue é um filme menor, sem emoção, sem drama, sem jogos.

O Albergue conta a aventura dos mochileiros americanos Paxton (Jay Hernandez) e Josh (Derek Richardson), que na companhia do islandês Oli (Eythor Gudjonsson) resolvem viajar pela Europa em busca de sexo e drogas. Essa obsessão por sexo faz do filme um grande painel de seios e bundas. Pornografia mesmo.

      

Seduzidos pelos relatos de outros viajantes, eles decidem ir a um albergue particular em uma cidade desconhecida da Eslováquia, descrita como o "paraíso das xavascas". Lá eles conhecem Natalya (Barbara Nadeljakova) e Svetlana (Jana Kaderabkova), duas beldades locais. Empolgados, logo descobrem outros costumes bizarros dos habitantes locais.

Os "coitados" são seqüestrados por membros de um "SPA". Mas não aqueles como massagens anti-stress e terapias com abacaxi. O que relaxa os clientes desse "SPA" é a carnificina. Ricaços pagam milhares de dólares para torturar, espancar e esquartejar seres humanos. Um parque de horrores no coração da Europa.

Okay, o argumento não é lá essas coisas, mas há outro problema. As cenas que deveriam ser o ápice do terror, que deveriam chocar, que deveriam mostrar imagens para nunca mais esquecer, que deveriam nos fazer vomitar na companheira ao lado, nos fazer repugnar os responsáveis pelo filme, as cenas que deveriam nos fazer sair correndo do cinema... simplesmente não acontecem. Pior, são cômicas.

      

Mas veja só que interessante. Lendo um pouco mais, acabei descobrindo que a proposta é essa mesmo, ou seja, ser um filme-B. Você sabe: filme comercial de baixo orçamento, com atores pouco conhecidos, cheio de exageros, trash. Nessa perspectiva, assistindo O Albergue como um filme propositalmente bizarro e mal feito, ele cumpre bem o seu papel.

Uma das cenas mostra um cidadão torturando um refém. O cara acaba escorregando e sendo triturado por uma serra elétrica. Nem o Pateta faria melhor. Outra: uma turminha de trombadinhas eslovacos espanca até a morte os vilões em troca de um saco de pirulitos. É ou não uma comédia sanguinária? Nota 1/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

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