terça-feira, 31 de julho de 2007 às 17:10

Zodíaco: a história real do serial killer que nunca foi encontrado

Zodíaco (Zodiac, 2007) é um filme baseado na história verídica de um serial killer que aterrorizou os Estados Unidos na década de 70. Durante anos o assassino fez um jogo de gato e rato com as autoridades, utilizando cartas e enigmas.

A história do filme começa com a chegada de três cartas anônimas a jornais de San Francisco. As cartas traziam a confissão detalhada de três assassinatos e uma tentativa de homicídio. Elas traziam também um código, que supostamente revelaria a identidade do autor. Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), um tímido cartunista editorial, decifra o código e encontra uma ligação do assassino com o filme "Zaroff, o Caçador de Vidas" (1932).

Os assassinatos e as cartas se sucedem, provocando pânico na população. A situação faz com que o detetive David Toschi (Mark Ruffalo) e o repórter Paul Avery (Robert Downey Jr.), que trabalham no caso, tornem-se celebridades. Mas o Zodíaco, como o assassino era chamado, estava sempre um passo à frente.

      

O longa é dirigido David Fincher — responsável por "Seven - Os Sete Crimes Capitais" (1995) e "Clube da Luta" (1999) — e roteirizado por James Vanderbilt, baseado em livro de Robert Graysmith. O livro, publicado originalmente em 1986, teve uma continuação em 2003 chamada "Zodiac Unmasked: The Identity of America's Most Elusive Serial Killer Revealed".

Eu não li nenhum deles, mas algumas resenhas apontam que o livro vai a fundo nas investigações do escritor, reunindo imagens interessantes, reproduções de cartas, pistas e códigos. O problema é que Robert Graysmith é um cartunista, não tendo habilidade suficiente para descrever a história de forma interessante. O livro Zodíaco é descrito como um grande relatório policial.

      

Pois o filme sofre do mesmo mal. O foco é a investigação, do ponto de vista do cartunista. A idéia central é o processo de busca da "lógica do assassino". Um quebra-cabeça difícil de ser montado. O cartunista ficou obcecado, envolvendo até os filhos no jogo de deduções. Acabou perdendo a esposa e o trabalho, numa investigação solitária que durou dezenas de anos.

Zodíaco nos faz refletir sobre as dificuldade de comunicação naquela época, as barreiras deixadas pela lei e os erros cometidos pela polícia. Para se ter uma idéia, os investigadores tiveram frente-a-frente com o safado. Ele era o suspeito número 1. Mas por problemas legais ele foi deixado de lado. Incrível. Veja só a descrição das vítimas: sujeito branco, gordo, careca, obcecado por crianças (pedófilo), mancando de uma perna e com um relógio da marca Zodiac, existem quantos desse por aí?

      

Antes do filme, eu li que os críticos apontavam Zodíaco como "mais nova revolução do suspense" feita pelo diretor David Fincher. Exagero. Eu achei foi cansativo, 158 minutos dentro do empoeirado Arquivo Geral da Polícia [pense]. Assustador mesmo é saber que tudo aquilo realmente aconteceu e que nas cidades de Napa, Solano e Vallejo, o caso continua aberto.

Na sua última carta enviada à polícia, o assassino reclama: "Estou esperando um bom filme bom sobre mim. Quem vai fazer o meu papel?". Na época havia sido lançado "The Zodiac Killer" (1971) do diretor Tom Hanson. Posteriormente veio "Dirty Harry na Lista Negra" (1988) de Buddy Van Horn e, mais recentemente, "O Zodíaco" (2005) de Alexander Bulkley. Será que Zodíaco de David Fincher vai satisfazer nosso assassino ou Hollywood continuará tentando agradá-lo? Nota 2/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

Comentários
0 Comentários

0 [+] :

Postar um comentário

Related Posts Plugin for Blogger...