A maior parte do filme se passa nos bastidores de uma peça de teatro, outra seqüência da história narra a violência contra a mulher, entramos também na vida de prostitutas e travestis. Até que finalmente, chegamos ao caldeirão emocional da vida de uma freira que descobre estar grávida e com AIDS. Assuntos polêmicos, pra variar. Logo no começo, Almodóvar nos mostra cenas de um tipo de intimidade mãe-e-filho que me fez lembrar Édipo, um personagem de um conto grego, famoso por matar o pai e casar-se com a própria mãe.
A história tem início no dia do aniversário de Esteban (Eloy Azorín), que muitos dizem ser o alter-ego de Pedro Almodóvar, já que Tudo Sobre Minha Mãe é declaradamente uma homenagem à mãe do cineasta. Como presente, Esteban ganha de sua mãe Manuela (Cecilia Roth), uma ida para ver a nova montagem da peça "Um Bonde Chamado Desejo", estrelada por Huma Rojo (Marisa Paredes).
Eu não gostei do filme. Deve ser pela burca conservadorista que nos veste, mas Tudo Sobre Minha Mãe me pareceu uma poesia visual escura. Realmente não gostei. Apesar dos pesares, é inegável que Almodóvar usa — como ninguém — as técnicas emotivas a seu favor. Faz e desfaz de seus filmes verdadeiras apostilas cinematográficas do discurso estético. Tudo Sobre Minha Mãe consegue extrair emoção em cada pedaço da história. Mesmo não tendo gostado desse filme, sou obrigado a reconhecer: Almodóvar sabe contar histórias pitorescas.
Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.
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