terça-feira, 7 de agosto de 2007 às 19:03

Tudo Sobre Minha Mãe: o clássico de Pedro Almodóvar

Tudo Sobre Minha Mãe (Todo Sobre Mi Madre, 1999) é um dos filmes mais premiados do espanhol Pedro Almodóvar, considerado a obra-prima de sua filmografia. O longa é vencedor do Oscar e do Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, ganhou a Palma de Ouro de Melhor Diretor no Festival de Cannes, levou 7 prêmios Goya e diversas outros títulos mundo afora.

A maior parte do filme se passa nos bastidores de uma peça de teatro, outra seqüência da história narra a violência contra a mulher, entramos também na vida de prostitutas e travestis. Até que finalmente, chegamos ao caldeirão emocional da vida de uma freira que descobre estar grávida e com AIDS. Assuntos polêmicos, pra variar. Logo no começo, Almodóvar nos mostra cenas de um tipo de intimidade mãe-e-filho que me fez lembrar Édipo, um personagem de um conto grego, famoso por matar o pai e casar-se com a própria mãe.

A história tem início no dia do aniversário de Esteban (Eloy Azorín), que muitos dizem ser o alter-ego de Pedro Almodóvar, já que Tudo Sobre Minha Mãe é declaradamente uma homenagem à mãe do cineasta. Como presente, Esteban ganha de sua mãe Manuela (Cecilia Roth), uma ida para ver a nova montagem da peça "Um Bonde Chamado Desejo", estrelada por Huma Rojo (Marisa Paredes).

      

Após a peça, ao tentar pegar um autográfo de Huma, Esteban é atropelado e acaba morrendo. Manuela resolve então ir de encontro ao pai, que vive em Barcelona, para dar-lhe a notícia, quando encontra no caminho o travesti Agrado (Antonia San Juan), a freira Rosa (Penélope Cruz) e a própria Huma Rojo. Como sempre, mulheres dominam a trama. Em Tudo Sobre Minha Mãe quatro homens participam do filme: um morre logo no início, o outro é um velho gagá com apenas duas falas e os outros dois são travestis, sendo que um deles (ou delas) acaba morrendo também.

Eu não gostei do filme. Deve ser pela burca conservadorista que nos veste, mas Tudo Sobre Minha Mãe me pareceu uma poesia visual escura. Realmente não gostei. Apesar dos pesares, é inegável que Almodóvar usa — como ninguém — as técnicas emotivas a seu favor. Faz e desfaz de seus filmes verdadeiras apostilas cinematográficas do discurso estético. Tudo Sobre Minha Mãe consegue extrair emoção em cada pedaço da história. Mesmo não tendo gostado desse filme, sou obrigado a reconhecer: Almodóvar sabe contar histórias pitorescas. Nota 1/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

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