O maior mérito do personagem era fazer um humor ingênuo com toques de malvadeza. Como o Renato Aragão nos bons tempos. Hoje você liga a TV e só encontra programas humorísticos com mulheres seminuas, piadas preconceituosas, cenas de constrangimento público e muita vulgaridade. O próprio Didi rumou por um caminho melancólico. Nosso trapalhão esqueceu a fórmula de nos fazer feliz.
Daí em diante é só confusão. Acho que ele deve ter pronunciado umas três frases no filme inteiro. Mas é na primeira metade que o comediante está realmente inspirado. Uma verdadeira coleção de momentos hilariantes. Um bom exemplo é a cena em que o o britânico conhece a gastronomia francesa. Particularmente seu famoso prato escargot (apesar do clichê, muito boa a cena). Também divertida a separação entre pai e filho que Mr. Bean promove na estação de trem.
As Férias de Mr. Bean é um filme para a família bolar de rir. Sem palavrões, sem pornografia, apenas o bom e velho palhaço em cena. Humor que emociona e transforma. Não pela história, que é uma das piores que já vi, mas pelo personagem. Mr. Bean representa toda a loucura velada da raça humana. Mr. Bean sou eu, é você. Somos nós quando ninguém está olhando.
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