Piratas do Caribe 2 - O Baú da Morte: a história é ruim, mas o filme é divertido

Piratas do Caribe 2 - O Baú da Morte (Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest, 2006) é um fenômeno! O filme engordou os cofres da Disney [entendeu a piada? Ronaldo, fenômeno, engordou... esquece].

O Baú da Morte bateu dois importantes recordes. Com US$ 55,5 milhões o filme se tornou a maior bilheteria em um único dia, marca que pertencia a "Star Wars: Episódio III - A Vingança de Sith" (lançado em maio de 2005) e com US$ 132 milhões em 72 horas de exibição, se tornou a melhor bilheteria de estréia de todos os tempos, detetizando o "Homem-Aranha" [essa você entendeu vai], que fez US$ 115 milhões em maio de 2002.

Tudo isso me supreendeu bastante. E não só eu. O professor Jason Squire, da Universidade da Carolina do Sul (USC), especialista na indústria cinematográfica, disse à Folha Online que "ninguém sabe o que faz com que um filme renda dinheiro, nem mesmo os especialistas em marketing. Ninguém pensava que 'Piratas do Caribe' tivesse um sucesso como o obtido".

Piratas do Caribe - O Baú da Morte é a segunda parte de uma trilogia. O primeiro filme foi "Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra" (2003) e a última parte será lançada somente em junho de 2007, embora já tenha sido rodada em setembro do ano passado, com o título provisório de "Pirates of the Caribbean: At World's End" (ou, "Piratas do Caribe 3: No Fim do Mundo").

Piratas 2 é tão divertido quanto o primeiro filme. E como todo longa da Disney, a qualidade da história é ruim. Mas Piratas do Caribe é uma comédia pastelão e o que menos importa é a história. Mas há exceções, como por exemplo o casal formado por Elizabeth Swann (Keira Knightley) e Will Turner (Orlando Bloom), que em "Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra" foi responsável pelos momentos chatos do filme, agora são partes de um triângulo amoroso com o capitão Jack Sparrow (Johnny Depp). Inclusive a moça vai às vias de fato com o capitão na frente do chifrudo, pobre Will.

O lado bom são os efeitos especiais. Principalmente o vilão Davy Jones (Bill Nighy), uma mistura de barba-negra com homem-polvo, a bordo do assombrado navio Flying Dutchman. Os tripulantes da Flying Dutchman possuem caracteríscas mutantes de peixes e crustáceos. Boas imagens do navio adentrando o mar feito um submarino. Também gostei muito das aparições do temível Kraken, uma espécie de lula ou polvo gigante.

Para quem não sabe, o Kraken é um personagem da mitologia grega. Poseidon ordenou a um Kraken que matasse Andrómeda. Mas o Kraken negou e Poseidon ameaçou matar a sua família. Depois, o mesmo Kraken foi morto por Perseu. Esse Kraken habitava o Triângulo das Bermudas e só saiu quando Poseidon o chamou. Este cefalópode tinha o tamanho de uma ilha, com cem braços e fama de destruir os navios que poluiam o mar.

Vale muito a pena assistir Piratas do Caribe - O Baú da Morte por Johnny Depp. Seja no papel do enigmático capitão Jack Sparrow ou em qualquer outro, o cara nasceu pra isso. É ligar a câmera e o show começar. Visualmente tudo me agradou no filme, principalmente as cenas na ilha em que os selvagens tomaram o capitão Jack como divindade. A fuga dos caras é de chorar de ri.

O final é bem triste, todos no filme pensam que o Capitão Jack morreu, mas como nós sabemos, ele voltará em "Piratas do Caribe 3". A dúvida é se voltará o mesmo imoral, mulherengo, alcoólatra e oportunista, ou se uma temporada no estômago do mostrengo fará o capitão Jack Sparrow se tornar mais um ex-bad boy by Disney.