sexta-feira, 27 de julho de 2007 às 19:10

Transformers - O Filme: a quinta-essência do cinema-diversão

Transformers: O Filme (Transformers: The Movie, 2007) é a quinta-essência do cinema-diversão. Um baita blockbuster cheio de ação, comédia e muitas explosões. Ao fim de Transformers, a vontade geral é levantar as mãos para o céu, respirar fundo e gritar: "a computação gráfica é uma bênção!" Fico imaginando como será um filme desses daqui uns 20 anos. Nossa!

Incrível a transformação dos robôs e as delirantes batalhas travadas em plena luz do dia. O trabalho feito pela Industrial Light And Magic, de George Lucas, é perfeito. O acabamento digital foi tão apurado que o tempo de processamento de cada frame durou cerca de 38 horas, foram mais de 18 meses só para fazer os efeitos especiais.

Mesmo com tantos apelos técnicos, entendo que isso só representa metade de um filme desse estilo. Os outros 50% ficam para a destreza do diretor em trabalhar com atores limitados, roteiro ruim e apelação comercial. Nesse quesito, aplausos para Michael Bay. Criticado por "Armageddon" (1998) e "A ilha" (2005), o diretor ganhou em Transformers reconhecimento de público e crítica especializada.

      

O filme começa explicando que durante séculos, duas raças alienígenas robóticas — os Autobots e os Decepticons — estiveram em guerra, colocando em risco o destino do Universo. Até que a batalha finalmente alcança o planeta Terra. Agora, só o que separa os perversos Decepticons do poder total é uma pista guardada pelo adolescente Sam Witwicky (Shia LaBeouf), cujas preocupações estavam relacionadas apenas aos carros e às garotas.

Antes que consigam entender o que está acontecendo, Sam e sua (quase) namorada Mikaela (Megan Fox, pausa para respirar) se vêem bem no meio do confronto dos robôs gigantes. E, depois de conhecerem os Autobots, compreendem o verdadeiro motivo: o garoto guarda consigo a chave de um segredo que pode ser a única chance de sobrevivência da humanidade.

      

Não gostou? Pois saiba que Transformers foi uma série que se tornou febre no Brasil a partir de 1987. No início, era apenas um desenho transmitido nas manhãs de domingo pela Rede Globo, mas depois, a Fábrica Estrela passou a distribuir os brinquedos e a Editora Globo a publicar o gibi, tornando a série ainda mais famosa.

Eu cresci na década de 80, lembro bem dos bonequinhos robôs da Hasbro. Carros, motos e até aviões. Eu colocava os robôs para duelarem arremessando uns contra os outros. Uma quebradeira só. O barato era depois, remontar a carcaça dos coitados. Acho que Michael Bay & Cia fizeram a mesma coisa: remontaram Transformers, tornando-os, mais uma vez, ícones de consumo.

No filme eu contei umas 30 marcas. Entre elas: HP, General Motors, Nokia, Burger King, Camaro, eBay. Aliás, eBay é fundamental para o filme. Os Transformers aprenderam nossa língua e costumes através da World Wide Web. Século XXI meus amigos. O próprio produtor diz ser muito normal a presença de tantas marcas no filme. Ele pergunta: "na vida real não é assim? por que no cinema seria diferente?" O merchandising também é pop.

      

Ponto forte mesmo é a primeira metade do filme. Hilária a gravação de despedida feita no celular, o dono da revendedora de carros, a brincadeira com a virgindade do rapaz, a citação de outros filmes do diretor e, principalmente, o nerd hacker Glen Whitmann (Anthony Anderson). Comédia esse cara. Do meio pro fim é só explosão, não gostei do excesso de barulho. Está mais para uma demonstração do poderio bélico norte-americano do que qualquer outra coisa.

Mas isso não quer dizer que o filme é pró-Bush. As críticas ao governo são apimentadas, como a idéia do ataque surpresa à Coréia do Norte e China, além dos "profundos" segredos guardados pelos militares. Enfim. Produzido por Steven Spielberg e com tanto dinheiro envolvido, Transformers nasceu para brilhar. Ao final, a sensação é que o filme conseguiu capturar a essência da brincadeira infantil: salvar a terra e morrer de rir. Nota 4/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

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