quinta-feira, 2 de agosto de 2007 às 13:21

007 - Cassino Royale: um filme para salvar a alma de James Bond

Cara, que porrada de filme! Estou abismado com 007 - Cassino Royale (Cassino Royale, 2006). Confesso que não esperava um espetáculo feito esse. E olha que lá se vão 21 filmes protagonizados pelo agente britânico James Bond, dessa vez interpretado pelo xará Daniel Craig.

O Ás de Copas é a destreza como a história foi desenhada por Paul Haggis, Neal Purvis e Robert Wade, como sempre, baseado no livro de Ian Fleming. E o grande trunfo ficou por conta do diretor Martin Campbell. O cara já havia dirigido "007 Contra Goldeneye" (1995), mas em Cassino Royale ele conseguiu temperar adrenalina com pequenas doses de sensibilidade. Algumas cenas são inacreditáveis para um 007.

Cassino Royale já começa em grande estilo: todo em preto e branco, com muitas sombras, duelo de olhares e jeitão de clássico policial dos anos 50. Só depois entra a abertura oficial, uma animação usando cartas e figuras coloridas, incrível. Depois somos jogados no meio da savana africana de Uganda, com direito a traficantes, crianças com suas AK-47 e tudo mais que fomos apresentados em filmes como "Diamante de Sangue" (leia a resenha). Na cena seguinte viajamos para Madagascar (esqueça o desenho da Disney).

      

É aqui que começa a cena de perseguição mais incrível que eu já vi. Já ouviu falar em Le Parkour? Esse é um esporte onde os praticantes usam próprio corpo para passar obstáculos. Ele consiste em um homem correndo de alguém e nenhum obstáculo pode pará-lo. A idéia é que os movimentos sejam executados da forma mais natural possível, como se o obstáculo fizesse parte do próprio corpo do praticante.

No filme, o nosso agente 007 empreita uma perseguição ao terrorista Mollaka, interpretado por Sébastien Foucan, um dos criadores do Le Parkour. O cara parece o Homem-Aranha pulando de um lado pra outro no meio de uma construção. A cena foi muito bem dirigida. A perseguição só termina no dentro da embaixada do Mambutu, com direito a explosões, mortes e uma saída triunfal de James Bond.

      

Os 60 minutos seguintes são de muito sol, vilões exóticos, carrões exclusivos e mulheres espetaculares, nada além do DNA jamesbondiano. Então chegamos ao tal Cassino Royale, que dá nome ao filme. A Meca de Belisário fica em Montenegro, uma pequena e montanhosa república situada nos Balcãs, no Sudeste da Europa, recentemente declarado país independente.

Cuidado: spoilers. Nesse paraíso tropical James Bond conhece a espiã Vesper Lynd (Eva Green). A cena do jogo de adivinhações da personalidade vale o ingresso. Depois uma seqüência de cenas marcantes, como Bond consolando Vesper debaixo do chuveiro [sem sexo], nosso agente sendo envenenado na mesa de pôquer e a cartada final com US$115 milhões em jogo. "Full House" versus "Straight Flush", quem leva a melhor?

      

Depois desse intervalo mais calmo, adrenalina outra vez. A cena do possante Aston Martin (veja as fotos) desviando da Vesper amarrada no meio da estrada, é de cair o queixo. Logo depois uma tortura de fazer inveja a Jack Bauer: uma cadeira sem o fundo e o cara dando marretadas nas bolas do... XX7. E o pior é que o Bond ficou morrendo de rir.

E quem diria, Bond também sabe amar. Inclusive desistiu de ser agente para "salvar a sua alma", que meigo. Mas sabemos que um homem apaixonado é um homem otário. E Agente Secreto apaixonado, é o quê? Cassino Royale levou a sério essa história a ponto de "destruir" um casarão em Veneza. Tudo para filmar a melhor cena do filme: o afogamento. Filmão esse. Nota 5/5

Confira o trailer legendado clicando no botão play da imagem abaixo.

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