Nada contra o sujeito ter suas inspirações, isso é normal. A própria abertura do filme, com os caras dançando e somente a silhueta aparecendo, é digna de grandes clássicos cult. Mas de resto, os sujeitos só falam boçalidade. Quem prestou atenção garante que a palavra "fuck" é dita 186 vezes no decorrer do filme. E de maneira geral, a história não foge do velho clichê americano "transar na última festa do colegial".
O mais tosco nessas comédias juvenis é que tem sempre um cara que diz "não" na hora H, outro que ninguém dava nada é o que consegue transar e outro que queria muito transar e não consegue nada. É batata. Mas a história surpreende ao se desenrolar em torno da "compra das bebidas".
No cerne, Superbad - É Hoje! fala de amizade. Uma amizade muito gay, na minha opinião. Mas isso é um preconceito, eu sei. Os roteiristas brincam com isso. Os protagonistas sabem que dormir juntinho, abraçar longamente, ficar com saudades um do outro e dizer "eu te amo", é gay. E ainda assim, falam. Os caras assumem o risco. Isso é legal. A mensagem repercute e enobrece o filme.
Porém, a "comédia" só vira comédia com a entrada em cena da dupla de policiais Slater (Bill Hader) e Michaels (Seth Rogen). Eles roubam a cena. Os homens-da-lei são fanfarrões [como diria o Capitão Nascimento]. Além de incompetentes e foras de forma, eles bebem durante o serviço, brincam de atirar, dão cavalo-de-pau e, pasmem, tocam fogo na própria viatura.
Comparando com "O Virgem de 40 anos" (2006) e "Ligeiramente Grávidos" (2007), Superbad - É Hoje! é o mais divertido dos três. Mas não acho esse filme um "divisor de águas", achei apenas uma comédia juvenil um pouco diferente. Talvez os caras até tenham conseguido criar um novo nicho de mercado. Mas agora resta esperar para saber quanto vale esse novo nicho.
Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.
Outros posts sobre o assunto: