domingo, 6 de julho de 2008 às 07:27

10.000 A.C.: a aventura pré-histórica destruidora de deuses, lendas e profecias

10.000 A.C.Desde que assisti "A Guerra do Fogo" (1981) - e lá se vão 15 anos - sempre sonhei com filmes que abordassem a temática da pré-história. Não no estilo "Parque dos Dinossauros" (1993), em que o foco são os animais, eu queria uma história humana, cativante, cercada daqueles mistérios pintados nas cavernas do Parque Serra da Capivara, no Piauí.

Por isso fiquei entusiasmado quando soube do lançamento de 10.000 A.C. (10,000 B.C., 2008). Enfim o sonho tornava-se palpável. Planejei tudo com cuidado: a estréia seria no Cine TAM, no Shopping Morumbi, em São Paulo. Afinal, o presente tinha que vir empacotado numa projeção digital, nada daqueles velhos rolos de 8mm. Mas na porta do cinema arremeti. Minha grande preocupação era que o filme fosse apenas um documentário estilo BBC.

Alguns meses depois, enfim, tomei coragem e assisti 10.000 A.C.. O começo é meio parecido com "Apocalypto" (2007): uma tribo isolada, um ataque surpresa e uma missão de resgate (fuga). A diferença é que aqui puseram uma narração ao fundo. Ficou parecendo um filme infantil, didática além da conta. A história gira em torno de D'Leh (Steven Strait), um jovem caçador de mamutes, que se apaixonou por Evolet (Camilla Belle). Quando um bando de perigosos guerreiros a sequestra, D'Leh é obrigado a liderar um pequeno grupo de caçadores em uma expedição para resgatá-la.

10.000 A.C.      10.000 A.C.

Esqueça os argumentos, o filé mignon está nas imagens e nas surpresas. Saboreei a seqüência em que os Diatrimiformes (aves gigantes carnívoras) atacam os humanos no meio da floresta. Também gostei do estouro da manada de Mamutes e do encontro com o temido Tigre Dente-de-Sabre. A relação entre bichos e homens vai além, eles apelidam tudo que lhes é desconhecido com nomes de animais. Os barcos, por exemplo, são "grandes aves que voam por cima das águas", os rios são "serpentes" e as pirâmides "a cabeça da serpente".

Falando nisso, a chegada da comitiva nas pirâmides é surreal. Nada de cores, só aquele amarelo-pó onipresente. O papo de deuses, lendas e profecias enche um pouco o saco, mas o verdadeiro foco de 10.000 A.C. são os humanos. Seja na pela dos inimigos árabes, nas tranças rastafári dos protagonistas ou no pulmão dos sensacionais velocistas africanos. A cena em o "Robert Cheruiyot" corre de aldeia e aldeia, levando e trazendo recados, mostra que não é de graça que esses caras são os melhores do mundo.

10.000 A.C.      10.000 A.C.

Ao final de 10.000 A.C., nos resta uma lição: "Um bom homem desenha um círculo ao redor dele e se ocupa dos que estão dentro. Sua mulher, seus filhos. Outros homens desenham um círculo maior e dentro dele estão também seus irmãos. E outros... têm um destino superior. Desenham a seu redor um círculo dentro do qual estejam muitas, muitas pessoas mais." Então, que tipo de homem é você? Nota 3/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

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