terça-feira, 14 de outubro de 2008 às 22:21

Corrida Mortal: ação sem frescura, apenas as velhas, barulhentas e sanguinárias corridas de carro

Corrida MortalVocê lembra o jogo Enduro, cartucho que vinha junto com o Atari? Para vencer a corrida bastava não encostar em ninguém. Até hoje recordo aquele som engasgado simulando o barulho do motor dos carros. Depois de um tempo a tecnologia evoluiu e fiquei viciado em Top Gear, no Super Nintendo. O jogo já permitia alguns empurrões e choques, possibilitando até uma parada no pit-stop. Quando entrei na adolescência descobri os prazeres do fliperama, não havia competição melhor que Gran Turismo. Batidas e capotagens tornaram-se sinônimos de emoção.

Até que há uns 10 anos o gênero chegou a seu extremo com o lançamento de Carmageddon. Para ganhar a corrida você tinha que optar por uma dessas três estratégias: completar as voltas no tempo limite, destruir os carros dos adversários ou matar todos os pedestres. Metralhadoras e lâminas faziam parte do arsenal de acessórios dos veículos. O jogo acabou sendo proibido no Brasil pelo alto nível de carnificina e violência explícita.

A fonte de inspiração do game foi o filme "Corrida da Morte - Ano 2000" (1975), estrelado pelo então desconhecido Sylvester Stallone. Mais de 30 anos depois o filme continua inspirando malucos apaixonados por travessuras ao volante. Estou falando de Corrida Mortal (Death Race, 2008), filme do inglês Paul W.S. Anderson. O cara tem uma filmografia bisonha. Em seu currículo estão pérolas do naipe de "Mortal Kombat - O Filme" (1995), "Resident Evil - O Hóspede Maldito" (2002) e "Alien Vs. Predador" (2004).

Corrida Mortal      Corrida Mortal

Assisti Corrida Mortal totalmente cabreiro. O filme se passa no ano de 2012. A economia dos Estados Unidos entra em colapso. O nível de desemprego atinge limites recordes. A taxa de criminalidade saiu de controle. O sistema penitenciário está quebrado e falido. As instituições prisionais correm atrás de lucros. Para sobreviver financeiramente a penitenciária da Ilha Terminal cria um reality show de corrida de carros e vende a transmissão para usuários de internet, que acompanham o evento ao vivo.

Eu tenho que elogiar os roteiristas. Depois da crise econômica que estamos vivendo hoje, não é difícil de imaginar que em 2012 os prognósticos do filme se confirmem. Já esse papo de corrida em presídio é algo difícil de aceitar. Uma idéia esdrúxula, beirando o surreal. O começo também não é muito bom, a história é recheada daqueles clichês que encontramos nos filmes de presidiários, os diálogos são meio toscos, as atuações constrangedoras e as corridas parecem com "Velozes e Furiosos" (2001).

A trama segue o rastro de Jensen Ames (Jason Statham), um ex-piloto campeão da Nascar, que vive uma vida sem grandes luxos com sua esposa Suzy (Janaya Stephens) e sua pequenina filha. A tranquilidade é quebrada quando um sujeito invade a casa e assassina a pobre mulher. Jensen é injustamente condenado e passa a cumprir pena no presídio administrado pela loira Warden Hennessey (Joan Allen). A madame é a organizadora da competição chamada carinhosamente de "Death Race". As regras do jogo são simples: vença cinco disputas e ganhe a liberdade.

Corrida Mortal      Corrida Mortal

Jensen é convidado para assumir o lugar do falecido mascarado Frankenstein, quatro vezes vencedor da corrida. Bastaria Jensen vencer mais uma para ganhar a liberdade. Mas quem conhece o esporte "comercial" sabe que as coisas não funcionam assim tão simples. A bordo de um Mustang V8 Fastback, Jensen terá que vencer seus adversários e todo um esquema tramado para que nenhum piloto consiga ganhar as cinco etapas da corrida. É quando Jensen e Machine Gun Joe (Tyrese Gibson), seu principal oponente, surpreendem a todos numa cartada final.

Um conselho: para aproveitar o filme, não racionalize sobre nada disso. Apenas aproveite o show de manobras, os carros ganhando novos equipamentos durante a prova, as explosões, capotagens, perseguições, duelos, decapitações, brigas e aceleradas. Corrida Mortal é pura ação, um filme sem frescura, sem romance, sem diálogo, apenas as velhas, barulhentas e sanguinárias corridas de carro. Nota 2/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

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