segunda-feira, 8 de dezembro de 2008 às 14:58

24 Horas - Redenção: Jack Bauer resgatando o seriado mais cruel da TV

24 Horas - RedençãoQuando se conta uma história de diversos capítulos, como na trilogia "Matrix" ou na hexalogia "Star Wars", muito se perde pelo caminho. Furo entre os roteiros é uma coisa normal. Uma das melhores maneiras de corrigir essas falhas é criando um material extra para amarrar as arestas. Quem mais sofre dessa descontinuidade é o mundo das séries televisivas. Talvez pela necessidade de alongar temporadas muitas produções acabam criando histórias inconclusas, enfurecendo os fãs mais metódicos. Como unir as temporadas? Qual a melhor maneira de atrair a atenção de velhos e novos fãs?

24 Horas - Redenção (24: Redemption, 2008) é a estratégia encontrada pela rede americana Fox para saciar os fãs e promover a sétima temporada da série "24 Horas". A idéia de criar um filme direto para a TV é muito bem vinda. Geralmente as demais emissoras preferem lançar dois episódios seguidos, o que difere bastante de um filme. Evidentemente 24 Horas - Redenção não despreza os elementos que tornaram o seriado um sucesso, a diferença é que o filme agrega valor ao sair do ambiente controlado pela CTU, do uso de infindáveis ferramentas tecnológicas, da frieza de um cenário conhecido e saturado.

24 Horas - Redenção24 Horas - Redenção

Dessa vez acompanhamos Jack Bauer (Kiefer Sutherland) até Sengala, na África. O país está prestes a sofrer um iminente golpe de estado. Uma milícia rebelde recruta crianças para seu exército sanguinário, liderado pelo Coronel Ike Dubaku (Hakeem Kae-Kazim). O mote do filme lembra muito o violento "Diamante de Sangue" (leia a resenha), em que crianças são recrutadas e treinadas de maneira cruel. A diferença é que em 24 Horas - Redenção logo ficamos sabendo quem está por trás do levante insurgente: os americanos.

A trama se desenvolve a partir do momento que Jack Bauer recebe uma intimação para voltar aos Estados Unidos para ser julgado. Enquanto pensa sobre o que faz de sua vida, a milícia que tenta derrubar o governo de Sengala invade a pequena colônia educacional onde Jack está morando. Eles buscam crianças para seu exército. É quando a ação começa. Daí em diante é só correria em fuga. A "missão" de Jack é levar o grupo de crianças até a embaixada dos EUA.

Como filme de ação 24 Horas - Redenção é ruim, ao espectador é mais interessante observá-lo como drama, principalemente pelas cenas de chacina e crueldade. Numa das mais fortes, uma criança é obrigada a matar uma "barata" (termo usado para se referir aos inimigos da milícia). Um tiro a queima-roupa que espalha sangue em toda a platéia infantil. Muito bacana o processo de montagem do exército. Nada perto de outros filmes do gênero, mas nem por isso menos comovente.

24 Horas - Redenção24 Horas - Redenção

No longa conhecemos a primeira presidente mulher a ser eleita aos Estados Unidos: Allison Taylor (Cherry Jones). Toda entusiasmada em poder dá um novo rumo à política internacional do seu país, a presidenta mostra força e pulso em seu discurso de posse. Quem se meteu numa encrenca foi seu filho, o jovem Roger Taylor (Eric Lively), que acabou se envolvendo nos planos de Jonas Hodges (Jon Voight), homem responsável pela venda de armas para a milícia africana.

O melhor do filme é quando o discurso da nova presidente dos EUA em Washington divide a tela com o processo de evacuação dos americanos da embaixada em Sengala, deixando o país nas mãos dos rebeldes. Muito emocionante e aterrorizante, uma mensagem pessimista que explora a realidade dos países pobres. Claro que 24 Horas - Redenção tem muita teoria da conspiração, o que acho um pouco exagerado, mas é bem interessante entrar no escritório do presidente e ficar olhando o sujeito tomar decisões que mudam o futuro do planeta. Ficção, mas com um pé na realidade. Nota 3/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

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