A diferença entre Homem-Aranha #83 - Um Novo Dia! (Panini Comics, Novembro/2008) e a última edição é gritante. Só pela capa já dá para notar as mudanças. Homem-Aranha #83 está bem mais comercial, a imagem mostra o personagem jovial, pulando entre os prédios em sua clássica pose de capa do Clarim Diário. Internamente temos histórias bem mais leves. A própria dinâmica dos arcos mudou. As quatro primeiras narrativas são extremamente rápidas, incluindo o bisonho encontro do Aranha com o tarzan Kazar e seus dinossauros. Lembra muito os Herculóides.
Felizmente a última história é o início do arco "Um Novo Dia", do roteirista Dan Slott. Não chega aos pés de Grant Morrison, mas o cidadão mostra competência em conduzir o barco. O texto lembra muito "Watchmen" (leia a resenha): o clima político-eleitoral, os vigilantes mascarados registrados oficialmente no governo, o embate do herói com a população descrente e, principalmente, a reação dos policiais nova-iorquinos, que o veem como um arruaceiro. Isso sem contar a ação de bandidos usando a máscara do Homem-Aranha.
Além do ambiente perfeito, "Um Novo Dia" conta com o inconfundível traço do desenhista Steve McNiven. Homem-Aranha #83 gerou boas imagens pra minha coleção. Outro ponto favorável é a entrada triunfal do bandido Senhor Negativo, vejo arestas sombrias para o aracnídeo percorrer. A HQ também conta com duas páginas dedicadas ao novo status quo do Cabeça de Teia. Breves explicações sobre as namoradas de Peter, sua identidade secreta, a situação de Harry Orborn e a nova tia May Parker. Pecado só os famigerados lançadores de teia, que agora são pulseiras. Acho estranho, prefiro algo mais natural. O cara não é uma aranha?