terça-feira, 24 de julho de 2012 às 21:54

Superman #1 - Os Novos 52: nesse novo recomeço, o herói exige um exercício de paciência ao leitor

Nota 2/5
Superman #1 - Os Novos 52
Quase um ano após a publicação nos EUA, comprei a edição #1 do Superman. Quem poderia imaginar que uma série com mais de 70 anos fosse resetar a contagem. É realmente uma decisão muito polêmica, especialmente para os fãs que acompanham -- e colecionam -- as HQs da DC Comics. Eu não gosto de radicalismos, especialmente envolvendo personagens consagrados. Mas ao mesmo tempo entendo que a adaptação ao novo modelo de mercado (tablets), passa necessariamente por um reposicionamento de marca.

Em Superman #1 - Os Novos 52 temos a oportunidade de conhecer um homem de aço mais "homem" do que "aço". São três histórias. A primeira é "Qual é o preço do amanhã". Gostei da dinâmica na transição entre os quadros pela arte de Jesús Merino. O desenhista conseguiu desenvolver simultaneamente três ambientes -- incluindo flashbacks -- sem confundir o leitor. Méritos também para a densidade moral do roteiro de George Pérez.

Eles conseguiram transparecer a emoção da destruição do Planeta Diário. Ou melhor, a venda da marca para a megacorporação de Morgan Edge. Ele inclusive mudou o nome do veículo para RGP - Rede Global Planeta. Legal também foi a disputa entre as mídias na abordagem das notícias, retrata bem o momento que os veículos de informação estão vivendo hoje. O vilão é um alien flamejante um pouco confuso e sem propósito, mas gostei bastante do duelo.


A segunda história é da Supergirl, chamada "A última filha de Krypron". Como sempre o foco fica para os desenhos. Ache que o traço simples de Mahmud Asrar valorizou ainda mais as curvas da jovem heroína. A minissaia foi trocada por um biquini maiô cavadão. Mas a historia de Michael Green e Mike Johnson é vazia e rápida demais, cobrindo o exato momento em que ela chega à Terra. Não gostei. Acho sempre que são páginas perdidas. Talvez os editores busquem atrair o público feminino, não sei, acho pouco provável que funcione.

A terceira e última historia é "Contra a cidade do amanhã", que inclusive é a capa da HQ. Infelizmente muito ruim. O arco traz uma versão jovem e inexperiente do Superman. Bizarro combater o crime usando calca jeans! Fraco também é o texto do Grant Morrison, assim como os desenhos de Rags Morales. A única coisa que salva nessa história é a participação do Lex Luthor. Muito interessante a analogia que o careca fez do Homem de Aço como um parasita que está exaurindo o planeta.

Mas é pouco, esperava mais. Talvez pela expectativa gerada. Queria muito acompanhar mensalmente Kal-El nesse seu novo recomeço. Mas a primeira impressão não foi boa. Achei que fosse encontrar um Superman mais obscuro. Ou talvez uma aventura mais sólida, construída de forma cuidadosa. Não é isso que entrega a edição #1. Será preciso um exercício de paciência ao leitor para acompanhar a evolução do personagem. Estou me sentindo velho demais pra isso...

Ficha técnica:

Original: Superman 1, Supergirl 1, Action Comics 1
Páginas: 84
Papel: Pisa Brite
Formato: Americano (17 x 26)
Capa: Couché

Outras resenhas sobre o assunto:

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