O filme noir [lê-se nuá] é um dos gêneros cinematográficos mais admirados e populares do final do século vinte, diz Emerson Paubel no Scoretrack. Basicamente, noir significa "filme escuro", referindo-se a qualquer número de dramas policiais carregados psicologicamente dos anos 1940-50.
Há sete elementos de um filme noir que Raymond Borde e Etienne Chauteton apontaram em Panorama du Film Americain (extraído e traduzido por Film Noir Reader e editado por Alain Silver e James Ursini). São eles: 1) um crime; 2) a perspectiva dos criminosos, não da polícia; 3) uma visão invertida das tradicionais fontes de autoridade, tal como a corrupção policial; 4) alianças e lealdades instáveis; 5) a "femme fatale" (fêmea fatal), mulher que causa a ruína e/ou morte de um bom homem; 6) violência bruta; e 7) motivação e mudanças em complôs bizarros.
Sob essas perspectivas, Chinatown não é considerado um filme noir, mas também não podemos considerá-lo um filme policial qualquer, vamos chamá-lo de um meio termo. Tudo começa na cidade de Los Angeles, quando o detetive particular J.J. Gittes (Jack Nicholson) recebe em seu escritório uma mulher que se diz traída por seu marido, o engenheiro-chefe do Departamento de Águas e Energia.
Esse caso aparentemente banal revela-se uma engenhosa cadeia de interesses quando o detetive Gittes descobre que sua cliente, na verdade, era uma farsante. Quando o marido da verdadeira Evelyn Mulwray (Faye Dunaway) aparece morto no reservatório de água da cidade, o detetive Gittes percebe a gravidade do caso.
Durante a investigação Gittes descobre que Evelyn é filha de um dos homens mais poderosos da cidade, isso muda tudo. Entre uma peça e outra desse quebra-cabeça, Gittes é atacado por gângsters, mantém um romance com Evelyn e descobre uma relação incestuosa entre ela e o pai. O final do filme mantém essa mesma lógica devastadoramente infeliz.
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