sábado, 9 de agosto de 2008 às 00:09

O Procurado: o mais próximo que alguém já conseguiu chegar de "Matrix"

O ProcuradoO Procurado (Wanted, 2008) é um filme de ação sensacional, adrenalina do começo ao fim. Visualmente é o mais próximo que alguém já conseguiu chegar do clássico cyberpunk "Matrix" (1999). Baseado na explosiva graphic novel de Mark Millar, esse é o primeiro filme em inglês dirigido pelo russo Timur Bekmambetov, criador de "Guardiões da Noite" (2004), franquia de filmes de maior sucesso na história da Rússia.

No começo fiquei até meio incomodado com tantas referências ao filme dos irmãos Wachowski. As cenas em slow motion, as paredes se esticando como borracha, o desprezo pelos limites da física, o apelo às armas, as cenas de tiroteio, o processo de conversão de um cidadão comum em "herói" (o Escolhido), o ambiente enfadonho, a rotina, o emprego chato e, principalmente, a pergunta dita e repetida pelo protagonista: será tudo isso um sonho?

      

Até mesmo a cena de bullet-time O Procurado copiou. Só que ao invés do homem se desviar da bala, a bala desvia do homem. Esqueça tudo que eu disse sobre um tiro perfeito em "O Atirador" (leia a resenha), aqui até moscas perdem suas asas com a precisão cirúrgica dos assassinos. Em algumas cenas o filme também é bem parecido com "Clube da Luta" (1999), como no processo de treinamento (espancamento) do protagonista e na própria concepção física do personagem.

Em "Matrix" Neo é recrutado por Trinity. No caso de O Procurado, a mulher em questão é Fox (Angelina Jolie). Ela usa seu poder de persuasão para convencer o jovem Wesley Gibson (James McAvoy) de suas boas intenções. O Morpheus da história é Sloan (Morgan Freeman), homem que comanda uma sociedade secreta milenar chamada de Fraternidade. O grupo, criado por um clã de tecelões, recruta assassinos que silenciosamente promovem execuções para "restabelecer a ordem num mundo à beira do caos".

      

Essa parte da mitologia é bem fraca. No filme o nome das pessoas que devem ser assassinadas aparece criptografado em tecidos. Ficaria mais divertido se fossem em obras de arte, músicas, na Bíblia, sei lá, mas em tecido? O fato é que isso não tira em nada o brilho de O Procurado. As cenas de ação, principalmente envolvendo carros, são sensacionais, perseguições de tirar o fôlego. Fora que Angelina Jolie seminua, toda tatuada, com uma maquiagem pesada e cara de bad-girl, é surreal.

Do meio pro o fim o filme dá uma virada bem bacana. Achei até que eles já estariam preparando uma continuação, mas pelo desenrolar dos fatos acredito que isso não seja possível. É nesse instante que O Procurado ganha personalidade, mostra coragem, força própria e capacidade de inventividade. No final o filme acabou sendo traído pela presunção exagerada, caindo na estupidez de chamar o expectador de patético, inclusive nos questionando sobre os rumos que temos dado às nossas vidas. O Procurado não tem autoridade pra tanto. Nota 4/5

Confira o trailer legendado clicando no botão play da imagem abaixo.

Comentários
4 Comentários

4 [+] :

Anônimo disse...

O que faz uma continuação ser possível é o lucro e não a lógica.

Veja a notícia:

Estúdio oficializa O Procurado 2; roteiristas já começam os trabalhos

No final de junho o escritor de quadrinhos Mark Millar, autor de O Procurado (Wanted), falou que a Universal já lhe pediu que desenvolvesse uma premissa para o segundo filme. Wanted 2 agora é oficializado.

O estúdio renovou contrato com a produtora de Marc Platt por mais cinco anos e, entre os futuros projetos da parceria, está o novo O Procurado. Os roteiristas Michael Brandt e Derek Haas e o diretor Timur Bekmambetov também devem retornar, assim como o protagonista James McAvoy.

Fonte: Omelete

Luis Almeida disse...

o filme é de 2008.
Achei divertido, porém não cheguei a ficar impressionado e como todo filme da Jolie, ela tem que insinuar uma leve nudez, isso já está ficando batido por parte dela, fora que a achei bastante magra nesse filme, tem cenas que a cabeça dela fica muito desproporcional ao corpo, pootz

Daniel Castelo-Branco disse...

Ano do filme corrigido, valeu.

Hélio disse...

Só acho que explorou pouco a mitologia dos efeitos das balas

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