sábado, 29 de setembro de 2012 às 13:22

Prometheus: a busca por respostas no Jardim do Éden termina na origem da Quadrilogia Alien

Nota 5/5
Prometheus
Nessa quinta-feira a humanidade testemunhou uma descoberta que pode mudar o curso da nossa história. A sonda Curiosity encontrou na superfície de Marte evidências de que, no passado, houve água corrente no planeta vermelho. A NASA explicou que o cascalho aponta um curso d'água que "corria vigorosamente" pela área, localizada entre a borda norte da cratera Gale e a base do Monte Sharp. E esse é o ingrediente que faltava para provar a existência de vida extraterrestre. E agora, quais as implicações dessa descoberta?

Prometheus, novo filme Ridley Scott, tem as respostas. Nele dois cientistas encontram uma conexão entre pinturas de diferentes eras. A partir desse achado, desenvolvem uma teoria sobre a existência de vida em um planeta de outro sistema solar. Eles então iniciam uma expedição interestelar na nave Prometheus, composta por mercenários, bilionários e um robô humanóide. Depois de uma longa hibernação, a tripulação chega ao planeta em 2093, encarando de frente os perigos e descobertas desse Jardim do Éden.

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Tratado como prelúdio da "Quadrilogia Alien", Phometheus é um dos filmes mais ricos e intrigantes de todos os tempos. Digo isso alheio a qualquer expectativa nerdística que alguns fãs da saga possam ter tido. Pra mim o filme representa um capítulo fundamental da ficção científica ao propor uma terceira via ao desenvolvimento de nossa espécie. Fugindo da dicotomia divina e darwiniana, a história propõe uma jornada à fonte de nossas maiores inquietações.

Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos após a morte. Qual o nosso propósito? Esses conceitos filosóficos servem como mola propulsora da aventura espacial. Não contente com as perguntas, Phometheus apresenta algumas respostas interessantes. E um dos assuntos que mais me chamou atenção foi a fé. A temática é construída com muita sensibilidade, apresentando como símbolo dessa crença um crucifixo, pendurado no pescoço da personagem principal.

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Justamente sobre isso, em um dos trechos finais do filme o robô burocrata pergunta à heroína: "Mesmo depois de tudo isso, você ainda acredita em Deus? Eu não entendo." E ela responde: "Acho que é porque sou um ser humano e você um robô." Esse pequeno diálogo reproduz e sintetiza a definição da linha tênue que nos separa das máquinas. Assim, cabe -- inevitavelmente -- ao homem a luta pela sobrevivência da espécie e a busca infinita pelo autoconhecimento.

E essa busca científica a partir do pressuposto que toda história tem um começo e todo começo tem um motivo, é o grande legado de Phometheus. Ridley Scott acertou ao motivar tão bem seus personagens nessa direção, dando-lhes esteriótipos complementares e interdependentes. Uma síntese do que temos de bom e ruim. Por tudo isso me sinto privilegiado de ter assistindo Prometheus em minha própria época, sabendo que as futuras gerações irão contemplar essa jornada épica com o verdadeiro valor que ela merece.

Ficha técnica:
Título no Brasil: Prometheus
Título Original: Prometheus
Ano de Lançamento: 2012
País de Origem: Estados Unidos
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Damon Lindelof, Jon Spaihts e Ridley Scott
Elenco: Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron, Idris Elba, Guy Pearce, Logan Marshall-Green, Rafe Spall, Benedict Wong
Confira o trailer legendado:


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