terça-feira, 15 de julho de 2008 às 06:00

Evolução tecnológica: realidade ou ilusão criada pelo Marketing?

É um ditado bem conhecido, “nem tudo que reluz é ouro” que cabe perfeitamente nesse mundo dos negócios de produtos tecnológico, sejam ele software ou hardware.

Hasselblad H3DII-50: Uma câmera de 50 megapixels

Todo mundo já deve ter reparado que todo dia nasce uma tecnologia revolucionária, um novo produto, algo que vai melhorar sua vida cotidiana, porém ao serem adquiridos eles nem se mostram tão maravilhosos como vistos em propagandas e alardeados pela mídia, por isso eu sempre compara produtos novos a fotos de comidas em restaurantes fast food, na foto é lindo, mas ao vivo sempre fica faltando algo mais.

O grande problema que a tecnologia evolui devagar e a sociedade capitalista quer sempre o novo, para simular uma ilusão de evolução constante empresas tecnológicas (agora vou colocar o dedo na ferida de duas pessoas aqui do blog) criam departamento de marketing que analisam o produto descoberto e elegem uma característica das quais será eleita para figurar em propaganda como sinônimo de avança, como exemplo do cotidiano os megapixels das câmeras digitais.

Hoje ter uma câmera digital não é algo elitista, todo mundo tem e por isso usarei a câmera como meu exemplo, pois o tal megapixel é reconhecido da população assim como unidades tipo quilo e metro.

Não vou aqui descrever o início da fotografia digital e qual foi a primeira câmera do mercado, porém recordo que as primeiras máquinas que vi tinham apenas resolução VGA, ou seja, abaixo dos megapixel e usavam disquetes de 1.44 MB para armazenamento das fotos e custavam uma fortuna e parte do seu braço.

É fato que câmeras digitais para uso profissional continuam ainda com preços elevados, mas a indústria ganha dinheiro mesmo com as câmeras destinadas ao mercado amador e por isso eles precisam criar uma “necessidade” nesse mercado, devido a isso o megapixel das câmeras é incrementado com uma certa frequência, mas altas resoluções não querem dizer melhores imagens, apenas maiores imagens que necessitarão de uma maior capacidade para serem armazenadas.

Esse raciocínio é válido para qualquer setor tecnológico, portanto antes de ficar impressionado com alguma popaganda de um produto que dê enfase em apenas uma qualidade, desconfie. É sempre bom lembrar que a tecnologia avança numa velocidade e a propaganda dela em outra. E para quem gosta de fotografia indico esse post de Gilson Lorenti.

Daniel: Na última quarta o programa Metrópolis (TV Cultura) mostrou o episódio 24 do Massaroca. Fiquei entusiasmado com o texto da reportagem. Acho que tem tudo a ver com o que você disse. Veja o vídeo:

Moema: Encontrei aqui um ponto discutido no mundo da propaganda. Seria ela responsável por criar ou despertar necessidade no consumidor? Costumo ficar com a segunda opção. Acredito que nós seres humanos somos um poço de desejos e a propaganda ajuda a despertá-los. Profissionais de Marketing utilizam-se dessa possibilidade de despertar desejos para desenvolver ações e estratégias. Na área da tecnologia isso ainda é mais fascinante pela possibilidade de explorar inúmeras qualidades do produto.
Comentários
2 Comentários

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Moema Bona disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniel Castelo-Branco disse...

Na última quarta o programa Metrópolis (TV Cutura) mostrou o episódio 24 do Massaroca. Fiquei entusiasmado com o texto da reportagem. Acho que tem tudo a ver com o que você disse.

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