O Reino (The Kingdom, 2007), recente bomba da indústria do cinema, é uma história para não ser esquecida. Não que seja inédita, muito pelo contrário, basta ligar a TV depois das 18hs e lá estão os fatos. A questão é: O Reino não carrega a frieza de um telejornal, ele seduz o jovem a "entender" o atual cenário político com uma bela contextualização inicial e excelentes seqüências de ação usando o jeito "Counter Strike" de filmar.
A história explora o que seria um dos piores ataques contra ocidentais no Oriente Médio. Tendo como alvo os funcionários de uma petrolífera americana, terroristas atacam um complexo residencial em Riad, Arábia Saudita. Matam mais de 100 pessoas e deixam outros 200 feridos, incluindo idosos, mulheres e crianças. Enquanto os engravatados discutem questões sobre a territorialidade, o agente especial Ronald Fleury (Jamie Foxx) e sua equipe da FBI negociam uma viagem secreta de 5 dias à Arábia Saudita, na qual pretendem localizar o responsável pelo bombardeio.
Porém, quando a equipe chega ao deserto, se depara com autoridades sauditas desconfiadas e hostis. Agregue a isso o despreparo e a má vontade e teremos então um belo problema diplomático. De mãos atadas, os agentes do FBI percebem que sua experiência é inútil caso não conquistem a confiança dos sauditas. É quando Fleury consegue o auxílio do coronel Faris Al Ghazi (Ashraf Barhom), que foi designado para proteger os visitantes americanos.
Um dos pontos mais fortes é o fato de O Reino não defender – explicitamente – uma ideologia, ele mostra apenas o desenrolar de um fato. A partir daí o que se vê é revolta, uma espécie de ódio mortal impregnado tanto nos adultos como nas crianças. Uma briga diferente de tudo que a humanidade já viu. Um quarto escuro em que todo mundo é alvo e todo mundo é atirador.
Fiquei com a impressão que, de certa forma, Bin Laden é o centro de tudo. Sinceramente? O Reino é um filme que não quero mostrar para meus netos. Tenho vergonha de fazer parte dessa história, desse contexto, dessa briga, dessa merda de desconfiança generalizada. Chego a sentir saudade da Igreja Católica e a Santa Inquisição, e esse é o maior perigo. A lógica Bush! A lógica do alerta vermelho constante! A lógica eterna do Grande Irmão! Mas fique tranqüilo, antes do final mataremos todos eles.
Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.
Outros posts sobre o assunto:
- Syriana - A Indústria do Petróleo (05/02/07)
- O Grande Irmão zela por ti (14/02/06)