sexta-feira, 25 de julho de 2008 às 23:01

Sangue Negro: um mergulho de cabeça nos perigosos poços texanos de petróleo

Sangue NegroDa lista de concorrentes ao Oscar desse ano, Sangue Negro (There Will Be Blood, 2007) é o que me despertava mais fascínio. Eu não conhecia nada da história, nem trailer havia visto. Minha curiosidade surgiu depois que olhei pôster do filme pela primeira vez. Nele aparece apenas o rosto misterioso de Daniel Day-Lewis, envolto a uma imensidão negra, com chapéu, bigode e uma gravata desalinhada. Abaixo o poético título. É como gostar de um livro olhando apenas a capa, sem ter lido uma página sequer.

A expectativa em torno do filme cresceu quando começaram a pipocar prêmios. Melhor Ator no Oscar, Globo de Ouro e BAFTA; Melhor Diretor no Festival de Berlim, tendo inclusive ganho um Urso de Prata por Melhor Contribuição Artística; além de diversas indicações para Fotografia, Roteiro, Ator Coadjuvante, Edição. Na minha cabeça Sangue Negro era o melhor filme do ano. Uma história para ser vista com calma, sem afobação ou pressa e com o espírito aberto. Assim o fiz.

Sangue Negro      Sangue Negro

Baseado no livro "Oil", de Upton Sinclair, Sangue Negro é ambientado na fronteira do Texas, EUA, num período entre o final do século XIX e início do XX. O longa narra a ascensão do magnata Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis), um mineiro que teve azar na exploração de prata, mas encontrou um mar de petróleo transbordando do solo de Little Boston, uma pequena cidade no oeste americano. Daniel então encara o desafio de comprar essas terras das famílias locais e superar a força da tradição religiosa defendida pela igreja do carismático pastor Eli Sunday (Paul Dano).

Escrito e dirigido por Paul Thomas Anderson, achei Sangue Negro um filme chato e bastante cansativo. Os 158 minutos de exibição me pareceram compridos demais, tanto é verdade que o longa não foi forte suficiente para levar outros prêmios na maioria das categorias disputas. Claro que vale a apena assistir pela psicótica atuação de Daniel Day-Lewis, ainda assim não creio que esse tenha sido o melhor trabalho individual do ano. Mas como falei no início, acabei criando muita expectativa com relação ao filme, quando isso ocorre o resultado geralmente é decepção.

Sangue Negro      Sangue Negro

Depois do balde de petróleo frio na cabeça, pude perceber o quanto foi legal acompanhar as estratégias de negociação conduzidas por Daniel, no processo envolvendo os grandes investidores e as pequenas famílias donas dos ranchos. Também achei muito legal a solitária relação de cumplicidade entre Daniel e seu filho adotivo H.W. Plainview (Dillon Freasier), antes de tornarem-se bilionários. Da mesma maneira, foi interessante perceber o surgimento dos conflitos inerentes a essa riqueza, como o aparecimento de aproveitadores. E independente de qualquer opinião, Sangue Negro é um verdadeiro mergulho de cabeça nos perigosos poços texanos de petróleo. Nota 3/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

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