A expectativa em torno do filme cresceu quando começaram a pipocar prêmios. Melhor Ator no Oscar, Globo de Ouro e BAFTA; Melhor Diretor no Festival de Berlim, tendo inclusive ganho um Urso de Prata por Melhor Contribuição Artística; além de diversas indicações para Fotografia, Roteiro, Ator Coadjuvante, Edição. Na minha cabeça Sangue Negro era o melhor filme do ano. Uma história para ser vista com calma, sem afobação ou pressa e com o espírito aberto. Assim o fiz.
Baseado no livro "Oil", de Upton Sinclair, Sangue Negro é ambientado na fronteira do Texas, EUA, num período entre o final do século XIX e início do XX. O longa narra a ascensão do magnata Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis), um mineiro que teve azar na exploração de prata, mas encontrou um mar de petróleo transbordando do solo de Little Boston, uma pequena cidade no oeste americano. Daniel então encara o desafio de comprar essas terras das famílias locais e superar a força da tradição religiosa defendida pela igreja do carismático pastor Eli Sunday (Paul Dano).
Escrito e dirigido por Paul Thomas Anderson, achei Sangue Negro um filme chato e bastante cansativo. Os 158 minutos de exibição me pareceram compridos demais, tanto é verdade que o longa não foi forte suficiente para levar outros prêmios na maioria das categorias disputas. Claro que vale a apena assistir pela psicótica atuação de Daniel Day-Lewis, ainda assim não creio que esse tenha sido o melhor trabalho individual do ano. Mas como falei no início, acabei criando muita expectativa com relação ao filme, quando isso ocorre o resultado geralmente é decepção.
Depois do balde de petróleo frio na cabeça, pude perceber o quanto foi legal acompanhar as estratégias de negociação conduzidas por Daniel, no processo envolvendo os grandes investidores e as pequenas famílias donas dos ranchos. Também achei muito legal a solitária relação de cumplicidade entre Daniel e seu filho adotivo H.W. Plainview (Dillon Freasier), antes de tornarem-se bilionários. Da mesma maneira, foi interessante perceber o surgimento dos conflitos inerentes a essa riqueza, como o aparecimento de aproveitadores. E independente de qualquer opinião, Sangue Negro é um verdadeiro mergulho de cabeça nos perigosos poços texanos de petróleo.
Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.