No filme Anakin faz o papel de David Rice, um jovem entusiasmado com os poderes recém-descobertos. Mas ao invés de usar esse poder para promover a defesa dos fracos e oprimidos – como faria um bom super-herói da Marvel / DC Comics – David resolve aproveitar a vida. Assalta dezenas de bancos, torna-se milionário, passa a viver num luxuoso apartamento, compra todo tipo de parafernália hi-tech e se diverte viajando ao redor do mundo.
Não seria nada mal tomar um belo café da manhã da Riviera Francesa, almoçar num bom restaurante grego e terminar o dia com um generoso jantar tendo o Big Ben como companhia. Porém, a vida de David sofre uma reviravolta quando ele percebe que está sendo perseguido pela organização secreta dos paladinos, liderada por Roland Cox (Samuel L. Jackson), cuja missão é matar todos os jumpers. Ele então se junta ao também jumper Griffin (Jamie Bell) e dão início a uma batalha de proporções globais.
O filme como "idéia", até que é legal, tem um jeitão de "X-Men" e tudo mais. Porém, depois de escrito e filmado, Jumper acabou se tornando um mero folder para vender pacote de turismo. O que não deixa de ser algo interessante, afinal, é sempre bom passear pelas misteriosas pirâmides, pelo belo Coliseu, pelas psicodélicas ruas de Tóquio. Mas como história, enredo, conteúdo, diálogos, interpretações, nisso, o filme é fraco. Jumper é tão superficial quanto um produto chinês, não resiste à primeira investida.
Gosto muito do trabalho de Samuel L. Jackson e seu inesquecícel o mestre jedi Mace Windu, mas em Jumper o vilão loiro Roland não convence ninguém da sua maldade. Além disso, também desaprovei a passagem da história envolvendo o assunto "pais e mães". Um mal-exemplo desnecessário e inoportuno. E o pobre dos paladinos, heim? Aparecem no filme de forma gratuita. Onde foi parar a mitologia? Também achei estranhas as brigas em todos os locais ao mesmo tempo, certamente é um conceito novo pra minha cabecinha fumaçar.
E o pior é que Jumper tinha tudo para dar certo. O roteiro foi adaptado por David Goyer, Jim Uhls e Simon Kinberg a partir de uma série de famosos romances escritos por Stephen Gould. A direção ficou por conta de Doug Liman, responsável pelo ótimo trabalho feito em "A Identidade Bourne" e por "Sr. & Sra. Smith". O assunto também é pertinente: teletransporte. É efetivamente possível? Pode ser fisicamente explicável? Podemos quanticamente experimentar? Perguntas em potencial para jogar nesse emaranhado nevoeiro probabilístico.
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