Além dessa ajudinha, Larry Bishop mostrou que não é nada otário, escreveu a história colocando-se como garanhão sexual, um predador das mulheres mais gostosas do velho oeste americano. É impressionante a força do erotismo presente no filme, Hell Ride é um oásis de mulheres espetaculares, hábeis em seduzir com ousadia e depravação. Logo se percebe que Tarantino contribuiu muito mais do que uma simples co-produção. As mulheres Hell Ride são as clássicas piranhas dos filmes de Tarantino. Quanto a isso não há dúvida.
Tarantino também "emprestou" parte de seu elenco a Hell Ride, estão presentes: Michael Madsen e David Carradine, astros de "Kill Bill". Junto com eles, Hell Ride copia claramente o ambiente, a fotografia e a trilha sonora dos filmes da noiva, fazendo disso uma grande homenagem ao cinema trash da década de 70, especialidade de Tarantino. Proibido para menores de 18 anos, o longa deita e rola com cenas de ação, tiroteio, sexo, drogas e violência gratuita.
Hell Ride é baseado no estilo dos velhos filmes de bad-boys fantasiados de motoqueiros. A história é centrada no personagem Pistoleiro (Larry Bishop), líder da gangue Victors. O cara passou trinta anos procurando os motoqueiros da gangue rival conhecida como "Six-Six-Six", que assassinou e pôs fogo em sua mulher, Cherokee Kisum (Julia Jones), na presença do filho pequeno. Ao lado dos seus companheiros The Gent (Michael Madsen) e Comanche (Eric Balfour), Pistoleiro prepara armadilhas em duas rodas pelas estradas na busca de sua sangrenta vingança.
O filme faz diversas referências ao satanismo, como no nome da gangue: 6-6-6, o número da Besta, conforme trechos das Escrituras Sagradas Judaico-Cristão, contidos no capítulo 13 do Livro de Revelações de João Evangelista. Durante todo o longa-metragem, Pistoleiro afirma que o mundo em que vive é um grande inferno, não havendo limites para matar ou morrer. A vida em Hell Ride é absolutamente descartável, a questão é saber a forma que ela terminará: uma bala no peito, uma fechada no tórax, uma garganta cortada ou um simples banho quente de gasolina.
Gostei de Hell Ride, aproveitei tudo: as imagens, os diálogos, o jogo sem regras, as mulheres, as mulheres e as mulheres. O filme encaixa direitinho no paladar dos fãs de Quentin Tarantino. Somente isso já é uma tremenda evolução, considerando que a última vez que ele terceirizou sua marca foi no fiasco "O Albergue" (leia a resenha). Reconheço, porém, que Hell Ride não agrega nada de novo ao universo que entrou, sendo apenas um filme trash das madrugadas de sábado. O que pra mim basta.
Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.