E como o pequeno Davi frente ao gigante Golias, a detetive Emily Sanders (Charlize Theron) ajuda Hank Deerfield (Tommy Lee Jones) a descobrir o paradeiro de seu filho Mike Deerfield (Jonathan Tucker), um soldado que tinha acabado de retornar do Iraque. À medida que as investigações avançam, o caso de desaparecimento torna-se uma suspeita de assassinato, o que faz com que Emily tenha que enfrentar o alto escalão militar.
As descobertas do filme nos levam a uma inevitável desesperança. É interessante notar que aos poucos os valores americanos vão sendo todos jogados no lixo. No final dos 124 minutos, a conclusão que cheguei é que No Vale das Sombras funciona como um desesperado grito de socorro dos EUA para o mundo. É incrível como o contexto dessa tragédia consegue te sensibilizar, pois tudo ali é triste. Sem dúvida um dos melhores roteiros de 2007, merecia ser levado muito a sério.
A dupla Tommy Lee Jones e Charlize Theron está muito bem, tendo o ator inclusive recebido uma indicação ao Oscar, porém, acho que o tema se sobressai às atuações. No Vale das Sombras é a prova que nunca deixaremos de nos surpreender com o exército. Os caras parecem viver num mundo diferente do nosso. A forma numérica como as pessoas são tratadas simboliza o desprezo pela vida, pela família, pelo indivíduo.
No Vale das Sombras é um exemplo do poder que o cinema tem de colocar um tema em debate, mexer com a ferida, apontar um problema, assumir a culpa sem apontar culpados. É um filme que vai ficar guardado no meu inconsciente por muito tempo, principalmente a extraordinária cena final. Engraçado como 20 segundos de um filme podem fazer tanta diferença. É uma das imagens mais fortes que já vi.
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