sábado, 15 de novembro de 2008 às 23:12

Viagem ao Centro da Terra - O Filme: o mundo ficando cada dia mais tridimensional

Viagem ao Centro da Terra - O FilmeEm 2001 fui conhecer Orlando-EUA, paraíso dos parques temáticos. Na Universal Studios encontrei duas das melhores montanhas-russas do mundo: "Incredible Hulk" e "Dueling Dragons". Já a MGM Studios ofereceu-me a mais psicodélica: "Rock 'n' Roller Coaster", em que se viaja ao som do Aerosmith. Divertidas, mas nada que chegue perto da imponente "Kraken", em SeaWorld. Porém, para quem gosta de cinema, toda essa adrenalina não passa de acessório. O melhor de Orlando é passear pelos estúdios de gravação, conhecer os bastidores e assistir filmes em primeira mão.

No meio desse labirinto visual, acabei descobrindo um cinema 3D. A sala era pequena, cabiam apenas umas 50 pessoas. As poltronas me pareceram estranhas, cheias de itens de segurança (iguais aquelas mostradas em "Jurassic Park"). Na porta um sujeito fantasiado me entregou um velho óculos anáglifo de papelão, parecia bem surrado. Com um pouco de vergonha coloquei o óculos colorido e sentei perto da saída de emergência. Segurei minha expectativa. Mas bastou a animação começar para perceber diferenças em relação a um cinema normal.

Viagem ao Centro da Terra - O FilmeViagem ao Centro da Terra - O Filme

A primeira delas é a sensação de estar sozinho. A sala fica ainda mais escura e a projeção ainda mais viva. O resultado disso é que a concentração no filme cresce a níveis espantosos. Para quem sofre de TDAH isso é bastante estranho, parece que o cinema 3D não deixa você viajar. O mais legal é que algumas imagens saltam aos olhos. A primeira coisa é tentar agarrar o objeto que parece planar diante do seu nariz. A sala ainda contava com "efeitos especiais", como uma baforada de água na cara (simulando um espirro), spray com cheio ruim (flatos) e umas sacudidas na poltrona. Já era o bastante para me convencer que o 3D é o futuro do cinema.

Um exemplo disso é o lançamento de Viagem ao Centro da Terra - O Filme (Journey to the Center of the Earth, 2008), primeiro filme com atores a ser inteiramente rodado em 3D. E o mais legal em tudo isso é que a tecnologia evoluiu muito de 2001 pra cá. As imagens estão mais reais, o efeito tridimensional é mais convincente e até a qualidade dos óculos agora é outra. Infelizmente o Brasil possui apenas nove salas. Mas acredito que num futuro bem próximo essa tecnologia fique mais popular. Os estúdios estão ajudando, em 2009 teremos o lançamento de grandes títulos em 3D, como: "Toy Story 3D" e "Avatar".

Viagem ao Centro da Terra - O FilmeViagem ao Centro da Terra - O Filme

Assisti Viagem ao Centro da Terra em 2D, sem qualquer tipo de efeito especial ou artimanha interativa. Mesmo assim, em várias cenas dá para notar o efeito impresso pelo diretor Eric Brevig, como nos pássaros fosforescentes, na chuva de baixo pra cima, na planta carnívora, nas piranhas, nos monstros marinhos e, principalmente, na perseguição do tiranossauro rex. O espectador que assistiu numa sala 3D com certeza percebeu muitas outras cenas.

De qualquer forma, Viagem ao Centro da Terra é muito bom. Por se tratar de uma aventura juvenil, acreditei que o longa fosse passear pela mesma miudeza de personalidade que sofrem outros filmes do gênero. Embora tenhamos o adolescente Sean (Josh Hutcherson) no centro da história, esse perde espaço para o casal Trevor Anderson (Brendan Fraser) e Hannah (Anita Briem). Um jovem rebelde, um visionário cientista e uma guia racional: nada de personagens débeis com inspirações heróicas.

Viagem ao Centro da Terra - O FilmeViagem ao Centro da Terra - O Filme

Baseado na obra do escritor francês Júlio Verne (1828-1905), o filme começa mostrando o desaparecimento do cientista Max (Jean Michel Paré), irmão de Trevor e pai de Sean. Ele sumiu enquanto fazia estudos sobre instabilidades vulcânicas na Islândia. Esperançosos que poderiam encontrá-lo, os personagens embarcam na aventura seguindo os passos descritos no livro. Entretanto, no meio da expedição eles ficam presos em uma caverna. Quanto mais caminhavam buscando uma saída, mais chegavam perto das profundezas da Terra. Quando finalmente atingem o centro, eles descobrem um exótico mundo perdido.

Viagem ao Centro da Terra é um filme divertidíssimo. Boa parte disso deve-se ao talento e espiritualidade do aventureiro Brendan Fraser. Depois de protagonizar a trilogia de "A Múmia" e encarar uma viagem verniana, o astro vai continuar em cartaz, dessa vez com a fantasia "Coração de Tinta". E pelo andar da carruagem, em breve faremos uma nova viagem a "Atlantis - O Reino Perdido", dessa vez num universo 3D. Só espero que até lá o mundo tridimensional chegue mais perto dos mortais. Verne agradeceria. Nota 4/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

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