A capa da revista Veja dessa semana é o ator Fábio Assunção. Sem condições de atuar, o galã deixou a novela "Negócio da China", para tentar se livrar do vício em cocaína. A reportagem mostra que não faltam exemplos de celebridades quem afundaram nas drogas: Elis Regina, Vera Fischer, Nelson Gonçalves, Felipe Camargo, Marcello Antony, Cássia Eller. Alguns morreram no auge do sucesso. Outros amargam um ostracismo precoce por causa do vício.
Por que alguém rico, famoso e com tanto talento recorre às drogas? Por que existem tantas pessoas que consomem, mesmo sabendo das consequências humanas e sociais? Meu Nome Não é Johnny (Meu Nome Não é Johnny, 2008), um dos filmes brasileiros de maior sucesso desse ano, fala exatamente sobre isso. Baseado em livro do jornalista Guilherme Fiúza, o diretor Mauro Lima pôs na tela a história real do ex-traficante João Guilherme Estrella.
João (Selton Mello) nasceu em uma família de classe média do Rio de Janeiro. Filho de um diretor do extinto Banco Nacional, ele cresceu no Jardim Botânico e frequentou os melhores colégios, tendo amigos entre as famílias mais influentes da cidade. Carismático e popular, João viveu intensamente os anos 80 e 90. Neste período ele conheceu o universo das drogas, mesmo sem jamais pisar numa favela. Logo se tornou o maior vendedor de cocaína do Rio de Janeiro, sendo preso em 1995.
Meu Nome Não é Johnny se divide em duas etapas. Na primeira João deixa de ser "apenas" um usuário de cocaína e começa a ganhar dinheiro com o tráfico. O pano de fundo é o divórcio de seus pais. Depois que sua mãe (Júlia Lemmertz) saiu de casa, seu pai (Giulio Lopes) mergulhou numa depressão, agravada por uma doença pulmonar. Sem ninguém para impor limites e com a casa livre, João promovia constantes festas em que vendia drogas para a abastada juventude carioca.
É nessa época que conhece Sofia (Cléo Pires). Os dois se apaixonam e passam a aproveitar tudo que a vida desregrada é capaz de oferecer. Toda a grana que João ganha nas drogas torra de imediato. Já bastante famoso no Rio de Janeiro, o playboy recebe um convite para levar alguns quilos de cocaína para a Espanha. Disfarçando o bagulho em casacos ele consegue entregar a mercadoria. Com o dinheiro em mãos, João e Sofia fazem um fantástico tour pela Europa.
Quando voltam recebem mais uma proposta do tráfico internacional. O problema é que nessa época a Polícia Federal já estava na sua cola. Preso em flagrante juntos com seus amigos, João encara o outro lado do mundo das drogas. Meu Nome Não é Johnny chega então à sua segunda e melhor etapa. É mergulhado na cadeira lotada, junto com estupradores e assassinos, que João conhece seu novo lar, seus novos amigos. Quase sem palavras, João resume-se a enxergar as consequências de seus atos. No tribunal, diante da juíza (Cássia Kiss), a vida de João é posta em xeque. O filme termina de forma realista.
Meu Nome Não é Johnny é bem menos do que eu esperava. Gostei do filme, mas acho que faltaram surpresas e um enredo mais caprichado. A história do João Estrella é espetacular, mas não tem diferença daquilo que estamos acostumados a assistir todo dia na imprensa, seja com playboys, celebridades ou pais de família. Um filme com uma mensagem otimista, mostrando aos jovens que apesar de irresistivelmente glamuroso, o caminho das drogas cobra um preço alto demais. Pena que o aprendizado humano – ao longo dos séculos - venha se resumido à experimentação.
Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008 às 13:03
Meu Nome Não é Johnny: o glamuroso e irresistível caminho das drogas
Meu Nome Não é Johnny: o glamuroso e irresistível caminho das drogas
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