Bob Dylan é uma dessas figuras lendárias. Talvez seja o maior artista americano de todos os tempos, superior até ao Elvis Presley. O único problema de Dylan é ainda não ter morrido. Uma tragédia faria Dylan maior que Elvis. Do mesmo jeito que Paul McCartney é bem mais artista que John Lennon, mas Paul ainda está vivo e John... bem, John virou um deus. Também acho Carlos Santana mais guitarrista que Jimi Hendrix, assim como Engenheiros do Hawaii mais banda que Legião Urbana e por aí vai.
Bob Dylan sempre viveu em constante mutação ao longo da vida, especialmente durante os revolucionários anos 60. As alterações do seu "personagem público" estavam intimamente ligadas aos acontecimentos sociais de sua época, ocasionando múltiplas repercussões culturais. De jovem menestrel a profeta folk, de poeta moderno a roqueiro, de ícone da contracultura a cristão renascido, de caubói solitário a pop-star, Bob Dylan transformou-se em porta-voz de toda uma geração.
Embora tenha achado o filme chato, destaco alguns momentos marcantes, como Bob Dylan na pele negra no menino Marcus Carl Franklin. Nele, Dylan é um guitarrista prodígio de 11 anos, seguidor dos passos debochados do matador de fascistas Woody Guthrie. Também gostei do personagem extraído do ventre da atriz Cate Blanchett. Apesar de perder o charme do "poeta andante", Dylan surge muito mais cerebral e misterioso. Em conjunto, Não Estou Lá é uma homenagem à altura de Bob Dylan, um músico que cantou sobre sua época e viveu à frente de seu tempo.
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