quinta-feira, 21 de abril de 2011 às 15:15

Comer, Rezar, Amar: a eterna procura feminina por uma felicidade anônima

Nota 3/5
Comer, Rezar, Amar
Uma das coisas mais interessantes no mundo da literatura é o percurso de uma obra até assumir o status de best-seller mundial. Livros não têm comercial de TV, não aparecem nos anúncios de revista, spots de rádio ou outdoors. O pessoal do telemarketing numa me ligou sugerindo títulos. Por isso, credito o mérito do sucesso inteiramente a qualidade da narrativa. O resto fica por conta do público, que passa sua experiência adiante.

Digo isso porque passei muito tempo desrespeitando os romances de auto-ajuda. Hoje sei reconhecer sua importância na prateleira das livrarias. Parte dessa mudança se deve às ótimas adaptações que surgiram nos últimos anos. Normalmente fiéis ao texto original, os filmes têm conseguido cativar novos leitores. O último exemplo é Comer, Rezar, Amar.

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O filme conta a vida de Liz Gilbert (Julia Roberts) a partir do momento mais especial de sua vida: o casamento. Dinheiro sobrando, bom marido, excelente casa, vida tranquila. A equação da felicidade – aparentemente completa – parece não ser suficiente. Ela pede o divórcio, abandona tudo e viaja de bolso vazio para a Itália. O objetivo é realizar o sonho de todo adolescente: mochila nas costas e vida sem regras.

A chegada à Itália foi cercada de expectativas. Eu ri um pouco achando que o filme exploraria um cenário mais romântico do país. Foi assim com a Espanha mostrada em " Vicky Cristina Barcelona". Mas Comer, Rezar, Amar apostou num cenário natural, apresentando uma Itália mais popular e realista. Até partida de futebol num boteco de Roma é atribuída a importância devida.

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Em seguida a história ganha novas cores e ritmos ao desembarcar na Índia. O contraste é gritando. Achei até um pouco ofensivo a exploração das desigualdades entre os países. Liz conhece Richard (Richard Jenkins), que acaba se tornando seu grande conselheiro espiritual. Entre uma meditação e outra, ela aprende a superar seus traumas e respeitar-se como "senhora do destino". Infelizmente o filme fica chato e sonolento.

Apesar de tudo, Comer, Rezar, Amar acaba cumprindo seu papel de entretenimento. Eu diria até que é um filme corajoso. A protagonista abandona o "sonho feminino" e vai em busca da felicidade anônima. Não pergunte o que significa, pois o filme não consegue explicar. Por isso, a impressão final é que a história diz muito e não diz nada.
Comer Rezar Amar (Eat, Pray, Love, 2010)
Diretor: Ryan Murphy
Roteiristas: Ryan Murphy, Jennifer Salt, Elizabeth Gilbert
Elenco: Julia Roberts, I. Gusti Ayu Puspawati, Hadi Subiyanto, Billy Crudup, Viola Davis, A. Jay Radcliff, Ashlie Atkinson, James Franco, Lisa Roberts Gillan, Gita Reddy, Dwayne Clark, Jennifer Kwok, Mary Testa, Elijah Tucker, Karen Trindle, Richard Jenkins.
Confira o trailer legendado:

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