sábado, 8 de outubro de 2011 às 20:54

Piratas do Vale do Silício: um filme para destruir o romantismo por trás do sucesso de Steve Jobs e Bill Gates

Nota 4/5
Piratas do Vale do Silício
No último dia 5 o mundo perdeu Steve Jobs. Anônimos de todos os cantos prestaram suas homenagens. Líderes governamentais lamentaram a morte do empresário. Applemaníacos acordaram atordoados sem o calor do Grande Irmão. Até os concorrentes - antes de reformular os planos quinquenais - divulgaram condolências. Era o fim da trajetória de um dos maiores gênios da nossa geração.

Sempre que algo assim acontece, pesquiso sobre o legado deixado pelo personagem, as influências e circunstâncias que transformaram o homem no mito. No caso de Steve Jobs, a primeira coisa que fiz foi repensar minhas críticas sobre o recém-lançado iPhone 4S. Inclusive passei a economizar grana para adquirir o gadget. Logo em seguida comprei o livro "Steve Jobs: A Biografia", de Walter Isaacson.

Piratas do Vale do Silício Piratas do Vale do Silício

A publicação ainda está em pré-venda, com previsão de entrega da Submarino para novembro, mas já é best-seller. O sucesso é tanto que a Sony já comprou os direitos de adaptação do livro para o cinema. Por falar nisso, existe um filme contando a história de Jobs chamado Piratas do Vale do Silício, baseado no livro "Fire in the Valley: The Making of The Personal Computer", de Paul Freiberger e Michael Swaine.

A obra, originalmente concebida para televisão pela TNT, mostra os bastidores da criação da Apple e Microsoft. A história segue Steve Jobs e Bill Gates a partir de meados dos anos 70, quando iniciava o processo de domesticação da informática. O fato mais impactante na época foi o lançamento de Altair 8800 pela empresa MITS, considerado o primeiro computador. Logo Jobs e Gates perceberam uma grande oportunidade.

Piratas do Vale do Silício Piratas do Vale do Silício

A diferença é que para Jobs a computação devia ser encarada como obra-de-arte. Já Gates estava mais alinhado à visão da IBM, que procurava apenas garantir funcionalidade aos trabalhos de escritório. O clímax de Piratas do Vale do Silício é a roubalheira de ideias e projetos, tanto pela Apple quanto pela Microsoft. A síntese disso vem através da frase atribuída a Leonardo da Vinci: "Bons artistas copiam, grandes artistas roubam."

Eu gostei do filme, trouxe luz sobre uma série de acontecimentos importantes da revolução digital. Hoje não vejo Steve Jobs e Bill Gates como grandes inventores ou cientistas, mas reconheço a capacidade de ambos em perseguir metas e repensar modelos de mercado. Infelizmente, a principal contribuição de Piratas do Vale do Silício foi destruição do romantismo que existia por trás dessas figuras lendárias, especialmente Jobs, que humilhava seus empregados e desprezava a capacidade de discernimento do público consumidor. Espero que a biografia esclareça isso.

Ficha técnica:
Título no Brasil: Piratas do Vale do Silício
Título Original: Pirates of Silicon Valley
Ano de Lançamento: 1999
País origem: Estados Unidos
Direção: Martyn Burke
Roteiro: Paul Freiberger (livro), Michael Swaine (livro), Martyn Burke
Elenco: Anthony Michael Hall, Noah Wyle, Bodhi Elfman, Joey Slotnick, John Di Maggio.
Confira o trailer:


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