terça-feira, 13 de setembro de 2011 às 07:00

Netflix desembarca no Brasil

Netflix

O serviço Netflix chegou ao Brasil no dia 05 de setembro, no meio geek o anúncio não foi surpresa porque desde o início do ano de 2011 a empresa já anunciava que iria iniciar suas operações na América latina, iniciando pelo Brasil.

Para quem não conhece o serviço e nunca ouviu falar, em termos rasteiro, é como se fosse um Youtube especializado na distribuição de filmes e programas de TV pela internet, o que no passado quis se chamar de IPTV, hoje é conhecido como video on-demand, usando a internet como meio de distribuição.

Vejo futuro nesse tipo de iniciativa, pois em termos globais a oferta de banda de internet pra usuários domésticos tende a crescer. Assinei o serviço poucos dias após sua chegada e atualmente estou aproveitando o mês grátis que o serviço proporciona para novos assinantes,mas antes li vários reviews para não cair de paraquedas no serviço com uma expectativa muito elevada.

Vários blogs e sites fizeram um apanhado preciso da situação inicial do serviço, com pouco tempo de operação o acervo de filmes e séries é realmente pequeno, mas com tantos títulos bons que eu não vi, não tenho muito do que reclamar, pois tem títulos no acervo que eu não alugaria numa locadora, mas como o serviço é: pague R$ 14,99 e assista o que quiser, irei dá uma chance a eles, pode até ser que alguns títulos me impressione.

Nesse mês estou basicamente fazendo testes. Iniciei no PC e pela primeira vez em anos fui obrigado a instalar o Silverlight da Microsoft, pois esse é o player utilizado pela Netflix pra streming, porque esse player suporta muito bem o uso de DRM, mas no linux como foi muito bem dito em vários sites/blogs o serviço não roda porque o Mono (equivalente do Silverlight no sistema do Pinguim) não suporta DRM.

No PC a fluidez da transmissão foi muito boa, não teve nenhuma parada. Minha escolha foi assisti o primeiro episódio de Ducktales para lembrar um pouca minha infância e por mais dois motivos: estava disponível e eu não dispunha de muito tempo, logo um episódio de 22 minutos era uma boa solução.

No segundo teste fiz utilizando o meu Wii, como meu roteador não é muito moderno e falha quando é muito solicitado (e ele não é um D-link antigo), resolvi ver outro Ducktales. A supresa foi que meu roteador segurou transmissão por wifi e o desenho rodou sem engasgos, nesse ponto não estou analisando a qualidade da imagem, pois são desenhos da década de 80.

O teste decisivo para mim seria ver um filme por streaming via wifi no meu notebook ligado na minha TV. Esse foi meu terceiro teste, fiz a ligação e escolhi o primeiro episódio da série Jornada nas Estrelas: A nova geração, que com 117 minutos é um filme.

A transmissão foi agradável e não teve paradas, mas notei que certos momentos havia uma diminuição na qualidade da imagem, algo bem rápido, podendo ser um defeito de filmagem da série ou do serviço, mas isso não afetou em nada minha experiência.

Para assinar o serviço a pessoa passa por um questionário, para que o sistema consiga indicar filmes baseados no seu gosto e são essas sugestões que são mostradas assim que o assinante se loga no serviço, meu próximo teste foi escolher um filme sugerido e assistir.

Na tela o filme que me chamou atenção foi um Western antigo, estrelado por Charles Bronson. Nesse ponto reparei uma falha no serviço, muitos filmes estão com títulos originais e não em português ( não falarei aqui dos problemas com legendas e filmes que só tem opções dubladas), logo o filme que vi se chama no Brasil: Era uma vez no oeste, mas no serviço encontra-se com o nome originai: Once upon a time in west. Que numa tradução literal é a mesma coisa, porém alguns não tem essa mesma sorte, como o clássico curtindo a vida adoidado que está lá e já o vi com dois nomes diferentes, título original em inglês e título em espanhol.

A sugestão foi muito bem recebida, gostei do filme, mas notei perto do final uns pulos, como se estivesse ocorrendo perdas de pacotes e correções, o que mostra que o sistema é robusto e como nesse caso estava assistindo num domingo e usando Velox, ponto pra Netflix e ponto pra Velox (deixa eu elogiar a Velox que é coisa rara) que num domingo não deixou minha conexão muito devagar.

E como a Netflix sabe, esse é seu calcanhar de aquiles no Brasil, a qualidade das conexões, pois aqui banda larga são os planos que não são discados e por isso não pagam pulso (sei que existe planos discados ilimitado pra internet), algo que seria o sonho de muitos em 1996, porém a realidade é outra, hoje ter uma conexão de 300 kpbs serve apenas pra serviços básicos, o que é a realidade para muitos.

A Netflix chegou ao Brasil e iniciou suas operações com poucos filmes, mas ela pretende disponibilizar mais conteúdo com o tempo e espero que fique disponível programação das Tvs abertas, porque seria muito bom poder ver programas interessantes que não puderam ser vistos por algum compromisso ou devido ao horário.

Para finalizar é interessante dizer que a Netflix chega ao país com concorrentes já firmados, a distribuição de vídeos pela internet da Saraiva e o Netmovies. A Saraiva usa uma modalidade diferente, pois a pessoa puxa o arquivo pra assistir depois, se for uma compra você pode ver o filme/série quantas vezes quiser, mas se for aluguel depois de dado o primeiro play o DRM entra em ação e o arquivo fica operacional por um tempo. A Netmovies funciona como a Netflix, por streaming de vídeo e custa menos (R$9,90) e está a mais tempo trabalhando no Brasil, não posso dizer nada deles por não testado o serviço, mas espero movimento deles também pra fazer concorrência, pois mercado bom é mercado concorrido, quem ganha é o consumidor.

Atualização (29/09/2011): Apesar do serviço ter se provado estável durante o mês grátis, resolvi não continuar assinando, mesmo o serviço estando num preço bastante aceitável é frustrante querer assistir um filme e só o ter com opção dublado. Notei esse fato logo na primeira semana e de início não me incomodou, porém com o tempo a falta de liberdade em escolher o áudio do filme foi frustrando minha experiência dia após dia.

Quando as operações da empresa estiver mais consolidada e resolver a questão dos nomes dos filmes, áudio, legenda e tiver um atendimento no Brasil (hoje reclamações só na Netflix norte americana), eu volto a assinar, pois mesmo com todo o preparo que eles tiveram para entrar no mercado latino, noto que faltou uma equipe, um grupo de trabalho nacional pra nortear melhor o rumo da empresa nesse projeto de expansão.

E caso algum diretor da Netflix leia essa minha resenha, vou sugerir alguns caminhos a serem seguidos:
  • Fazer acordos com distribuidoras de filmes e seriados para atualização do acervo
  • Nacionalizar os nomes dos títulos, bem como melhorar o suporte a diferentes áudios e legendas
  • Fazer parceria com fabricantes de eletrônicos, pois produtos (TV, BD players e etc) que tem acesso a Netflix americana, é lançado no Brasil sem o aplicativo, caso do leitor de Blue Ray LG BD570
  • E finalmente, entrar em contato com as lojas on-line pra caso um produto tenha acesso a rede que informe na descrição
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