quarta-feira, 6 de agosto de 2008 às 06:58

1408: todo fenômeno sobrenatural requer um certo grau de insanidade ou doses cavalares alucinógeno

1408Para onde vamos depois que morremos? Fantasmas existem? Os mortos podem se comunicar conosco? Essas e outras perguntas estão no filme de terror 1408 (1408, 2007). Uma história para quem não acredita em fantasmas. O título faz referência ao número do quarto, marcado por tragédias e acontecimentos sobrenaturais, do nova-iorquino Dolphin Hotel. Eu não acredito em fantasmas! E o renomado romancista Mike Enslin (John Cusack), também não. Prova disso que o cidadão resolveu enveredar pelo caminho da investigação desses fenômenos paranormais. Assim como o Padre Quevedo, Mike é totalmente cético, nunca tendo encontrado evidências de que exista vida após a morte.

A verdade, segundo Mike, é que muitos hotéis se beneficiam dessa fama de "mal-assombrados" para atrair turistas e faturar uma graninha a mais. Então, quando Gerald Olin (Samuel L. Jackson), gerente do tal hotel, insiste para que o escritor aceite outro aposento, alertando sobre as 56 mortes trágicas no quarto 1408, Mike achou que fosse tudo teatro. Resultado: o rapaz pegou a chave e foi passar uma noite no quarto amaldiçoado, conferir se sua fama está condizente com a verdade. A partir daí, meu amigo, são muitos sustos e aparições demoníacas.

1408      1408

Já estou até me imaginando viajar para algum lugar e acabar hospedado na pôrra do quarto 1408. Não que eu acredite nisso, mas deve ser assombroso. Lembrei de uma historinha. Em 2003, eu estava num hotel em Belo Horizonte. Uma noite qualquer fui ao cinema assistir ao filme de terror "O Chamado". Nele a pessoa recebe uma ligação e sete dias depois morre. Fui dormir meio cansado, ainda pensando no filme. E no meio da madruga, eis que toca a merda do telefone. Acordei no susto! No outro lado da linha uma voz disse:

- Seeeeeven daaays.

Achei que fosse um sonho, daqueles que você não sabe se está dormindo ou acordado. Talvez eu ainda esteja até na própria sala do cinema, pensei. Sim, poderia! Mas não era um sonho. Era real. Levantei e fui tomar uma água. Como aquilo poderia está acontecendo? Fantasmas não existem, ora bolas. Tomei um gole gelado e voltei pra cama. Na manhã seguinte, descobri que tinha sido vítima de um trote. Uma amiga, que também assistiu ao filme, aprontou essa comigo.

Infelizmente 1408 não teve esse mesmo efeito. Evidentemente naquela época eu era só um moleque, além do mais, com o passar dos anos a capacidade de imaginação decresce. Decresce mais não acaba, 1408 é a prova disso. Pois na hora do pega-pra-capar o que realmente aterroriza as pessoas são seus próprios segredos, seus mistérios não resolvidos, seus problemas sem respostas, suas questões inacabadas. Por isso é tão importante encarar de frete as situações e colocar um ponto final em tudo.

1408      1408

Só não gostei do uso que fizeram da filha pequena do camarada, achei um recurso cruel. Podiam ter acabado o filme antes do melodrama. Também não entendi algumas passagens da história, precisaria discutir melhor com mais alguém que tenha assistido. O filme é um grande pesadelo? Não sei. O que sei é que é comum surgir a notícia de uma morte natural, um acidente ou mesmo um suicídio em que ninguém consegue explicar.

1408 é baseado num conto de Stephen King, um dos poucos a dá certo no cinema. O mestre do terror se inspirou numa série de reportagens publicadas sobre o parapsicólogo Christopher Chacon, que investigou um quarto mal-assombrado no hotel Del Coronado, na Califórnia. O barato disso é que 1408 nos ajuda a entender um pouco do processo de criação dos escritores. Particularmente escritores de romances de terror. Por isso que a maioria desses caras é maluca. Para escrever histórias feitas essa, é preciso certo grau de insanidade ou doses cavalares alucinógeno. Nota 3/5

Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.

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