A trama está ligada a um livro escrito pelo Senador Belizário Bezerra, cuja obra tem o mesmo nome da obra, dando um ar metalinguístico à produção: um assassino que mata envenenado no "chá das cinco" todos os imortais da Academia. Obra bastante badalada e com tiragem enorme e bastante vendida no interior de Pernambuco, lugar onde o senador tem muitas terras e recursos, mostrando que nesse país desde a década de 20 tudo pode ser manipulado.
Na trama, o primeiro assassinato é justamente de Belizário, durante a posse na ABL, devidamente fardado com a roupa dos imortais. Dando início a investigação com toda atmosfera dos contos policiais. Com um investigador que atende pelo nome de Machado e sobrenome Machado e o legista Gilberto de Penna-Monteiro. Temos, novamente, um quadro de Sherlock Holmes e Watson, porém devido a independência investigativa do legista esse quadro fica um pouco diferente do original.
Mesmo gostando muito da narrativa do autor, que consegue alocar comédia numa obra policial, devo admitir que a trama não me surpreendeu como nos outros livros, pois na metade do livro já consegui descobrir o assassino e o modus operandi do mesmo. Mas o livro consegue atingir o alvo do entretenimento e mostra nas manchetes de jornais antigas, como nossa língua portuguesa no Brasil mudou da década de vinte para os dias atuais, sendo algo bem atual devido a reforma ortográfica da língua. Ver o nome do jornal "O País" escrito como "O Paiz" é algo a ser refletido.