Imagine agora essa situação envolvendo mãe e filho. A Troca (Changeling, 2008) é sobre isso. O filme se passa na década de 1920. Christine Collins (Angelina Jolie) é mãe solteira e trabalha como supervisora em uma central telefônica. Um dia, ao voltar do trabalho, ela não encontra seu filho Walter (Gattlin Griffith), de nove anos. Desesperada, liga para o Departamento de Polícia de Los Angeles. No outro lado da linha um oficial da lei responde: "Senhora, acalme-se, seu filho deve voltar logo pra casa. Saiba que 99% das crianças aparecem na manhã seguinte. Nós só iremos procurar o garoto depois de 24 horas, esse é o padrão".
O mais engraçado é a polícia tentando convencer a Sra. Collins de que o órfão é sim seu filho. Surreal! O ápice da ignorância é a sequencia do hospício. Uma das internas diz: "Não há como sobreviver aqui. Por mais que você tente agir normal, sua loucura começa a aparecer. Se sorrir muito, você é delirante ou está sufocando a histeria. E se você não sorri, é deprimido. Se permanecer neutra, é emotivamente retirada, potencialmente catatônica". Dá uma vontade enorme de mudar de planeta. Feliz é a tripulação da Enterprise, estão sempre conhecendo novas raças. A humana eu perdi a esperança.
Dirigido por Clint Eastwood, ponho A Troca como um dos três melhores filmes da carreira do cowboy. Uma tremenda injustiça não ter aparecido na lista do cinco melhores do ano. O diretor conseguiu trabalhar a história sempre numa crescente. A trama te prende em cada segundo, simplesmente não dá para desgrudar da tela. Minuto a minuto o filme vai ficando cada vez mais brutal. Chegamos ao clímax com a descrição bizarra do jovem assassino. O pior de tudo é saber que a história é real. Sinceramente, preferia imaginar aquilo como ficção saída da cabeça de um roteirista criativo (e doente). A vida como ela é não tem a menor graça.
Confira o trailer legendado clicando no botão play da imagem abaixo.
Qual nota você dá para o filme?