Não sou trekker. Admiro profundamente o culto semi-religioso dos fãs de "Star Trek", mas confesso nunca ter me imaginado membro da Enterprise. O que é bem estranho vindo de alguém como eu: geek, fanático por sci-ci e um quase nerd colecionador de cacarecos espaciais. Um amigo disse que esse meu afastamento do universo "Jornada nas Estrelas" é por conta da minha incapacidade manual de fazer o (ordinário) "V" do Spock.
De repente é isso. Mas acredito que o motivo seja um pouco mais engenhoso. "Star Trek" sempre me pareceu uma cópia de "Star Wars". Na minha cabeça, eles haviam se aproveitado do sucesso de George Lucas. Assim, acabei criando uma rivalidade entre as franquias. Fiquei longe de tudo que envolvia "Star Trek". Mas de uns meses pra cá comecei a pesquisar um pouco mais sobre o assunto. Culpa? Dele, J.J. Abrams - o pai da série "Lost".
J.J. assumiu a direção do projeto que tinha por objetivo a revitalização da marca "Star Trek". As primeiras imagens do filme me pareceram toscas, com um visual plastificado e brega. O próprio contexto da história parecia complexo. Como entrar numa aventura que tem 10 filmes na bagagem? Ainda assim, fui de espírito aberto assistir Star Trek - O Futuro Começa (Star Trek, 2009). A promessa era recomeçar a história do zero, revelando o início da jornada heróica, mas sem desprezar tudo que já foi feito até agora.
O que fizeram? O mesmo que George Lucas na segunda trilogia de "Star Wars", contaram o passado dos personagens principais. No caso de Star Trek o foco é James T. Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto). Os dois são mostrados em rascunho, garotos descobrindo os tortuosos caminhos da vida através do rebelde espírito da juventude. Cada um a seu modo, eles se mostram os cadetes mais espertos da Frota Estelar. Tornam-se adversários nesse jogo de poder e amor.
É no meio dessa disputa pelo comando da Enterprise que o destino da galáxia é lançado. Nero (Eric Bana), tem um engenhoso plano de vingança contra Spock, fazendo o vilão brincar com o espaço-tempo. O gancho permitiu inclusive a participação especial de Leonard Nimoy (o Spock original). O que pra mim foi o ponto alto da história. Nele repousa a serenidade e sabedoria de toda uma civilização. Espero que ele volte em novos filmes e tenha uma vida longa e próspera!
Pois é, adorei Star Trek - O Futuro Começa. Realmente um excelente filme. Muita ação, tecnologia, drama, humor, tudo condensado de maneira ágil, espeta e simples. Pena que a Enterprise tenha roubado a cena mais do que deveria. A disputa pela cadeira de "chefe" é quase uma obsessão entre os tripulantes. Querendo ou não, no fundo Star Trek é um grande amálgama do desenho político desse nosso mundo de canibalismo funcional. Quem sabe repousa nisso o motivo de tanto sucesso e fanatismo.
Confira o trailer legendado clicando no botão play da imagem abaixo.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009 às 00:06
Star Trek - O Futuro Começa: um grande amálgama político da nossa civilização
Star Trek - O Futuro Começa: um grande amálgama político da nossa civilização
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