sábado, 31 de julho de 2010 às 15:27

Igor: filho bastardo de Frankenstein, animação passa longe do carisma original

Nota 1/5
Igor
Frankenstein, romance da escritora britânica Mary Shelley, é uma das obras mais influentes de todos os tempos. Quase dois séculos após a publicação da clássica versão de 1831, o terror gótico do Moderno Prometeu continua despertando a imaginação de nossos artistas. A história do monstro incontrolável que ganha vida a partir de matéria morta, representa um amálgama de muitos dos nossos medos. Talvez por isso faça tanto sucesso.

Igor (Igor, 2008), animação da Europa Filmes numa parceria entre EUA e França, é um exemplo da força do moderno Frankenstein. Dirigido por Anthony Leondis com roteiro de Chris McKenna, o filme usa o mito como pano de fundo para uma história controversa. Na briga pelo Oscar 2009, Igor se passa em uma cidade amaldiçoada por uma eterna tempestade. Administrada por uma monarquia absoluta, o evento mais significativo do lugar é um concurso anual de invenções malignas. A comédia gira em torno da briga por esse prêmio.

Igor Igor

O personagem título não é bem um nome. "Igor", na verdade, é uma linhagem de corcundas que fazem o trabalho braçal para os cientistas malévolos. Proibidos de pensar, um desses "igor" (voz de John Cusack) se destaca ao dá vida a um monstro. Criado para ser o bicho mais apavorante da humanidade, Eva (voz de Molly Shannon) é uma ladie. Um erro em sua programação faz dela uma flor de delicadeza. Igor, com ajuda do coelho imortal Scamper (voz de Steve Buscemi) e o "inteligente" Brain (voz de Sean Hayes) irão tentar concertar a moça a tempo do concurso.

Igor é bem simplório. É incrível como a produção do filme conseguiu preencher 1:30h com tão pouco conteúdo. Além de uma história fraca, os personagens não têm qualquer resquício de carisma. O humor do coelho suicida, por exemplo, chega a ser patético. Bastava assistir um pouco de Comichão & Coçadinha para aprender o significado da palavra deboche. Igor, claro, se presta a qualquer tipo de interpretação simbólica, mas como entretenimento é um fiasco. O filho bastardo de Frankenstein decepcionou.

Confira o trailer.

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