Esses dias assisti Kick-Ass - Quebrando Tudo (Kick-Ass, 2010), que é justamente o oposto de Hancock. O longa conta a história de Dave Lizweski (Aaron Johnson), definido por ele próprio como um estudante medíocre (na acepção matemática da palavra). Indignado com as pequenas injustiças cotidianas de seu mundo adolescente, ele põe em prática uma ideia espantosamente inédita: virar super-herói.
Numa hora dessas, o bom senso manda virar as costas e seguir em frente. Mas como super-herói, Kick-Ass não tem esse direito. A primeira aparição em frente aos bandidos é bizarra. Kick-Ass é espancado brutalmente, leva uma facada na barriga, é atropelado por um carro e jogado na sarjeta. Eu sinceramente achei que o filme fosse acabar ou, no mínimo, tomar um novo rumo. Inacreditavelmente não foi isso que aconteceu. Depois de alguns dias hospitalizado, Kick-Ass estava de volta às ruas.
Kick-Ass é um herói 2.0. Suas aparições são sempre filmadas. Minutos depois os vídeos já se espalham pelo YouTube, blogs e redes de relacionamento. Kick-Ass vira uma web-celebridade. Para ganhar a TV foi um passo. Com a mídia em cima, surgem os vilões. Nesse caso um traficante de cocaína de Nova York. Perseguido, o herói recebe a visita de Big Daddy (Nicolas Cage) e Hit Girl (Chloe Moretz), dois super-heróis que já atuavam antes dele.
Desconsiderando esse tipo de imersão moral, Kick-Ass - Quebrando Tudo é um filmaço! Comédia como há muito não se via. Um filme crítico, debochado e inteligente. Travestido numa história aparentemente bobinha, Kick-Ass confunde nossas percepções e embaralha nossas fantasias de herói. Gibis são legais, mas os vilões da vida real são muito mais terríveis que Lex Luthor, Duende Verde e Coringa.
Confira o trailer: