Historicamente eu compreendo a importância de algumas dinastias que dominaram o mundo. Mas hoje em dia esse tipo de herança genética não combina com os ideais democráticos de justiça social e meritocracia. Acho inclusive uma hipocrisia a Inglaterra liderar uma guerra contra a ditadura da Líbia, enquanto a maior delas está em Buckingham. Lógico que nesse caso o poder do monarca britânico é apenas simbólico, mas em todo caso, há um coroa e todos os privilégios que nenhum plebeu detém.
O Discurso do Rei explora a importância dessa figura de poder. O filme conta a história verídica de George VI (Colin Firth), durante a Segunda Guerra Mundial. O monarca, que resumidamente tem o único atributo realizar a leitura de discursos, aparentemente tem muita dificuldade na execução dessa tarefa. Ele é gago. Num período em que a fonoaudiologia apenas engatinha, o rei tenta diversos exercícios excêntricos para melhorar a dicção. Até que conhece o autodidata Lionel Logue (Geoffrey Rush). A duras penas tornam-se amigos e escrevem juntos uma importante página na vida da Inglaterra.
O filme recebeu 12 indicações no Oscar, venceu em 4 categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. Acabou como o grande queridinho dos críticos de Hollywood. Eu gostei da história, mas não da forma tão arrebatadora. Para mim O Discurso do Rei pareceu sonolento, sem ritmo e não conseguiu transmitiu nenhuma reflexão importante. Eu teria achado muito mais divertido explorar as diferenças filosóficas entre os personagens principais ou mesmo as fofocas do povo. O filme ficou preso ao recital real, quase nos dando uma aula de oratória.
O Discurso do Rei (The King's Speech, 2010)Confira o trailer legendado:
País de Origem: Reino Unido / Austrália / EUA
Direção: Tom Hooper
Roteiro: David Seidler
Elenco: Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush, Guy Pearce, Derek Jacobi.
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