Fiquei feliz com o bilhete e triste por ser o último. Sobrou uma poltrona lateral, perto de uma garotinha chata. Nunca achei que um pacote de Cheetos pudesse durar tanto. Mas não reclamo, sabia que estar naquela plateia era um privilégio. No Brasil o filme teve a maior bilheteria de estreia de todos os tempos, com arrecadação de R$ 21,7 milhões. Houve quebra de recorde também nos Estados Unidos, com US$ 200,3 milhões, deixando bem para trás "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" (US$ 169,2 milhões).
Além de grana, o filme da Marvel vem acumulando elogios. Nas redes sociais a grande maioria das pessoas destaca a dinâmica e os efeitos em 3D. Já a crítica especializada foca a trama bem construída e a sinergia entre os personagens. Eu sigo esses dois caminhos. Valeu a pena investir na versão tridimencional. Mesmo nas cenas poluídas, a velocidade das imagens foi bem dosada e sem necessidade de forçar a vista. A história também é boa, distribuindo proporcionalmente o tempo de participação de cada super-herói.
O ponto de partida é o retorno do vilão Loki (Tom Hiddleston) à Terra. Com ajuda involuntária de Clint Barton/Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), ele rouba a S.H.I.E.L.D. e declara uma guerra aos EUA (que no filme é tratado como "o" mundo). Coube ao Nick Fury (Samuel L. Jackson) convocar a Iniciativa Vingadores: Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo) e Natasha Romanoff/Viúva Negra (Scarlett Johansson).
Para gostar desse tipo de filme, é necessário ignorar algumas aberrações como: um deus-trovão fantasiado de cortina, um soldado de 80 anos de idade, um monstro verde de bermuda elástica e um narcisista enlatado. Mas o pior não é isso. Pra mim realmente bizarro é a mistura de personagens tão vulneráveis como Gavião Arqueiro e Viúva Negra no meio de uma batalha alienígena pré-apocalíptica. É inverossímil. Também não gostei da subvalorização da inteligência do Thor/Capitão América e hipervalorização da massa encefálica do Dr. Banner/Tony Stark.
Mas Os Vingadores tem muitos mais qualidades que defeitos. A começar pelo grande número de piadas, tiradas e cenas cômicas. A cada cinco minutos o cinema vinha abaixo com as gracinhas do Tony Stark. Nosso amigo Robert Downey Jr. estava inspirado, nasceu para esse papel. Mas sucesso mesmo fez o Hulk. O gigante esmeralda roubou as cenas finais. Outra que esteve bem é Scarlett Johansson. A
Querendo ou não, tudo isso era esperado. Os personagens são conhecidos e a maioria inclusive já teve seu próprio filme solo. Porém, o grande desafio do diretor Joss Whedon foi colocar figuras completamente diferentes para trabalhar juntas. Fazer funcionar um filme sem um protagonista principal é realmente complicado. Evidentemente o Homem de Ferro acaba se sobressaindo pela empatia natural com o público. Mas Capitão América e Thor chamam muita atenção pela seriedade e Hulk pelo improviso.
Só o duelo inicial entre os super-heróis já bastaria para tornar Os Vingadores um sucesso. Imagina então duas horas de rivalidades, ciúmes e brigas por território. É nitroglicerina pura!, ou como eles próprios dizem, uma bomba-relógio prestes a implodir. Por isso, mesmo quem não gosta de quadrinhos vai ter que aceitar: Os Vingadores entrou para a história! Um prova eu tive no final. Créditos passando e 100% do público sentado, esperando mais 30 segundinhos de uma cena extra nos últimos frames da projeção. Foi de arrepiar!
Ficha técnica:
Título no Brasil: Os VingadoresConfira o trailer legendado:
Título Original: The Avengers
Ano de Lançamento: 2012
País origem: Estados Unidos
Direção: Joss Whedon
Roteiro: Joss Whedon
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson, Jeremy Renner, Stellan Skarsgård, Cobie Smulders, Gwyneth Paltrow, Tom Hiddleston
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