Para completar essa épica jornada de divulgação, a Warner Bros. firmou parceria com alguns dos melhores estúdios de animação japonesa – entre eles: Production I.G. , MadHouse e Studio 4C – e lançou Batman - O Cavaleiro de Gotham (Batman Gotham Knight, 2008), um conjunto de seis episódios de animê. O objetivo era seguir o mesmo modelo que tranformou "Animatrix" numa ponte perfeita entre os filmes da "Trilogia Matrix". Eu lembro bem que alguns amigos deixaram de assistir a animação e acabaram não entendendo o último filme da série.
A reunião dessas seis histórias em Batman - O Cavaleiro de Gotham representa o elo entre "Batman Begins" (2005) e "Batman - O Cavaleiro das Trevas" (2008). A direção geral ficou por conta de Bruce Timm, responsável pelas aclamadas séries "Batman The Animated Series" e "Batman Beyond". Para criar os roteiros, foram escolhidos os melhores nomes da indústria de animação americana: Josh Olson (Marcas da Violência), David Goyer (Batman Begins), Brian Azzarello (100 Balas, Batman/Deathblow), Greg Rucka (Gotham Central), Jordan Goldberg e Alan Burnett (Batman do Futuro).
O resultado não podia ser outro: um espetáculo para os olhos e para a mente. A teatralidade, o abuso de sombras, o universo underground, os sentimentos negativos, tudo trabalha a favor de Batman - O Cavaleiro de Gotham. A sensação é que Batman nasceu para o animê. Sou totalmente favorável a esse tipo de união entre "realidade" e "fantasia", assim como foi feito em "Animatrix" e "Star Wars - Guerras Clônicas". Trabalhos desse naipe não só agregam valor, como acabam confundindo-se com a própria obra original.
O primeiro episódio do filme é Have I Got a Story For You, que tem direção de Koji Morimoto e roteiro de Josh Olson. A história narra uma tarde na vida de um grupo de jovens skatistas. Cada um deles se gaba de ter visto Batman pessoalmente e contam suas impressões a respeito do Homem-Morcego. Pra mim, essa é a melhor história do filme. É nesse episódio que o Batman mostra sua força como símbolo, como uma lenda, mito. É a representação do poder de ser vários heróis dentro de uma só fantasia.
Crossfire, segundo episódio, é dirigido por Futoshi Higashide e roteirizado por Greg Rucka. A história conta um pouco do sentimento de desconfiança que a Polícia de Gotham tem em relação ao Batman. Porém, é no meio de um tiroteio da máfia que os detetives terão que superar suas descrenças. Destaque para a bela cena de Batman saindo do meio das chamas, bem parecido com "V de Vingança". Fique atento à detetive Anna Ramirez e ao chefão da máfia Sal Maroni, pois ambos participam do filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas".
Em terceiro vem Field Test, episódio com direção de Hiroshi Morioka e roteiro de Jordan Goldberg. Achei a pior das histórias. Também não gostei do desenho, Batman ficou parecendo o homem-corvo. Muito estranho. O foco do episódio é o arsenal tecnológico que Bruce Wayne dispõe para combater a máfia. Destaque para o escuro refletor de balas, coisa de 007. Todavia é preciso prestar atenção para não perder algumas revelações do desvio de conduta de nosso herói na busca por justiça.
In Darkness Dwells, dirigido por Yasuhiro Aoki e roteiro de David Goyer, representa o quarto episódio da série. Visualmente é o mais interessante, quase uma HQ em movimento. As cores, os closes, as articulações, é um episódio para deixar a baba escorrer. A história escrita pelo autor de "Batman Begins" põe o Homem-Morcego no esgoto, em busca do vilão Crocodilo. Frente a frente com o monstrengo, Batman descobre vestígios da toxina do medo e acaba dando de cara com o vilão Espantalho.
O quinto episódio é Working Through Pain, que conta com direção de Toshiyuki Kubooka e roteiro de Brian Azzarello. Nele descobrimos que Batman – um herói sem superpoderes – buscou na Índia alguém que pudesse ensinar-lhe a técnica usada pelos faquires para superar todas as dores. Acabou encontrando Cassandra, uma misteriosa mulher que o ensina a dominar as conseqüências físicas e espirituais de seus atos.
E fechando temos o sexto e último episódio, chamado Deadshot. Dirigido por Jong-Sik Nam e roteirizado por Alan Burnett, a história mostra que apesar de não fazer uso de armas de fogo, Batman revela que as admira: "O peso. A suavidade. O metal frio. A precisão. E o poder. O poder para mudar vidas, história. O poder de Deus." Na trama ele combate o vilão Pistoleiro num belo combate de tiros e socos. Agora é correr pro cinema e torcer pra conseguir um bom lugar para curtir "Batman - O Cavaleiro das Trevas".
Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.
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